terça-feira, 29 de outubro de 2013

Esquema de exploração sexual de adolescentes africanas seria liderado por máfia de origem europeia

Imagem de Diariodigital





Adolescentes africanas são trazidas de seus países para o Brasil para participarem de esquema de prostituição.  
De acordo com César Rosati, Folha de S. Paulo, o esquema de exploração sexual seria liderado por uma máfia de origem europeia. As vítimas de exploração seriam adolescentes africanas, com idades entre 16 e 17 anos, fugitivas de países em guerra e estariam sendo prostituídas em São Paulo.

Nos últimos quatro anos, o juiz da Vara de Infância e Juventude Paulo Fadigas acumulou pelo menos 30 casos de garotas africanas trazidas para o Brasil para serem prostituídas. São jovens carentes vindas do Congo, Eritreia, Somália e Angola. Após ouvir as meninas e se certificar da veracidade das informações, denunciou o caso à CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados nesta semana, em São Paulo.” Cesar Rosati.

Ainda de acordo com as informações contidas no site, Folha de São Paulo, os aliciadores se aproveitariam da fragilidade das meninas para convencê-las a sair da África. As adolescentes viriam para o Brasil com a esperança de fugir da fome, da miséria de seus países, dos constantes estupros que assistiam e dos quais eram vitimas. Apesar de fugirem da violência sexual elas sabiam que viriam para o nosso país para ganhar dinheiro justamente com o mercado sexual.
Depois de atravessarem diversas fronteiras e chegarem ao aeroporto de São Paulo as meninas seguem direto para diversas regiões do estado, onde seriam "hospedadas" em pequenos prostíbulos, alguns deles na região de Pinheiros, na zona oeste. 

As vítimas que conseguiram fugir do esquema procuraram a ajuda na Vara da Infância e Juventude. De acordo com o juiz Fadigas o número de casos deve ser muito maior, já que não são todas as vítimas que procuram ajuda. Os casos estão sendo investigados pela CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e pela Polícia Federal, que já investiga casos como os revelados pelo juiz Paulo Fadigas. Os detalhes da investigação, porém, não foram revelados.




Já os deputados que integram a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes reuniram-se nesta semana com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para debater o combate ao abuso sexual de meninos e meninas na cidade.

A relatora da CPI, a deputada Liliam Sá (Pros-RJ) considerou positivo o encontro e destacou que Haddad propôs a criação de uma força tarefa de vários órgãos e entidades para intensificar a fiscalização e reprimir a exploração de crianças e adolescentes em todas as regiões da capital paulista. ‘O prefeito se comprometeu a mobilizar o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Civil, a Vara da Infância e da Juventude e os conselhos tutelares para ir a esses lugares e combater a exploração sexual in loco', disse a deputada.” www2.camara.leg.br.

A secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda, em encontro com Lilian, revelou preocupação com os aeroportos da cidade, por onde estariam chegando meninas menores de 18 anos vindas do Congo e da Somália, supostamente financiadas pela máfia russa, para serem exploradas sexualmente em São Paulo. Ela também alertou que parte das crianças em situação de vulnerabilidade na cidade vem de ônibus do Amazonas (especialmente da capital, Manaus), do Pará e do Ceará. 

Quanto à fiscalização a Secretária de Justiça admitiu que é fundamental uma fiscalização mais rígida para controlar a saída dessas crianças de seus estados. Por fim, Eloisa se comprometeu a tomar providências para melhorar a fiscalização da entrada de pessoas em Guarulhos e Congonhas.

O quadro é lastimável e a realidade dessas meninas muito cruel. Mais uma vez estamos assistindo os resultados da bestialidade humana fomentada pela ganância do lucro e da exploração capitalista. 

No Congo, mais de 2,6 milhões de pessoas fogem de conflitos, ou do que podemos chamar de uma guerra travestida de conflito étnico. O que há de fato por trás do conflito são os trilhões de dólares que abrigam o solo vermelho do leste do país. O maior país da África subsaariana é o mais rico em recursos naturais. Recursos estes, confiscados desde a colonização belga e que hoje, financia as milícias na promoção ao terror. Chacinas, estupros de mulheres e sequestros de crianças são armas de guerra no país. Este é o mais sangrento conflito desde a 2ª Guerra Mundial e é perpetrado pela Aliança de Patriotas por um Congo Livre e Soberano (APCLS), formado por homens da etnia hunde, e as Forças Democráticas para a Liberação de Ruanda (FDLR), de hutus O Estadão.

Em quase duas décadas, os confrontos no leste do país deixaram cerca de 6 milhões de mortos. É o maior e mais sangrento conflito desde a 2.ª Guerra, produziu mais vítimas do que todos os combates recentes somados. É o holocausto africano. Mas pouco se ouve falar sobre ele porque ocorre na floresta densa de um continente esquecido, a África, não mata brancos, não ameaça o Ocidente. Pelo menos, até agora.” Adriana Carranca- O Estado de S. Paulo. 

A Eritreia é um dos países mais pobre do mundo. O país está em guerra com a Etiópia, desde 1998, por conta de desentendimentos a respeito de suas fronteiras. Os exércitos da Etiópia e da Eritréia voltaram a trocar pesados bombardeios nesta sexta-feira, encerrando uma trégua parcial que durou quase um ano. A situação é alarmante porque além da guerra os etíopes e eritreus têm de enfrentar a fome, que ameaça matar milhares pessoas na região por causa da prolongada seca que atinge o Chifre da África, onde ambos os países estão localizados. A trégua foi quebrada depois de um ano de negociação entre os dois governos tentando chegar a um acordo. Apesar da intermediação da ONU, as negociações foram interrompidas nesta semana. O conflito entre a Eritréia e a Etiópia já deixou dezenas de milhares de mortos. Aproximadamente 10.000 soldados morreram apenas no primeiro semestre de 1999, antes do início da trégua parcial. BBC. Mundo.

Localiza na mesma região da Eritreia e da Etiópia fica, a Somália também sofre com a seca, a pior a afetar o país em 60 anos. O primeiro relatório, sobre o número de mortes provocadas pela crise alimentar na região do Chifre da África revela que mais de 29 mil crianças, com menos de 5 anos, já morreram de fome nos últimos três meses no país - uma média de 300 por dia, quase 15 por hora. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 640 mil crianças somalis estão subnutridas e 3,2 milhões de pessoas - de uma população total de 7,5 milhões - precisam de ajuda imediata para sobreviver. Calcula-se que dezenas de milhares de pessoas tenham morrido em decorrência do atual período de seca.