"Eu desconfiava que meu marido tinha suas aventuras extraconjugais. Desde 1993, ele apresentava sintomas estranhos. Foi internado várias vezes com crises de herpes-zoster e tuberculose. Resolvi fazer um exame. Nunca mais vou esquecer aquela sexta-feira 13, dia em que saiu o resultado. Era janeiro de 1995. Aos 35 anos de idade, confirmei uma suspeita que me martirizava: fui contaminada pelo HIV por meu marido. Fiquei em estado de choque. Só conseguia chorar e passei a pensar que iria morrer no dia seguinte. Eu me senti impotente, injustiçada, arrasada. Não era promíscua, não recebi transfusão de sangue nem usava drogas de nenhum tipo, quanto mais injetáveis. Só poderia ter pegado Aids de uma maneira: fazendo sexo com o homem com quem vivo há dez anos. Estou pagando pelo prazer que meu companheiro foi buscar fora de casa." Jerusa Maria Mendes, hoje com 38 anos, pedagoga pernambucana. Depoimento publicado na VEJA.
Então, eu
reencontrei meu marido em 1997, com ele não foi diferente, usamos preservativo
por mais de um ano. Depois de um tempo, e da insistência para que a gente
parasse de usa-lo, eu pedi para que ele os exames pré-nupciais e com os
resultados em mãos a gente parou com o preservativo. Entretanto, depois de
algum tempo eu percebi que fazia mais sentido usa-lo, até com a finalidade de
ter a camisinha como método de barreira á gravidez. Além disso, meu esposo
trabalha na área de saúde e por causa disso ele está mais exposto ao risco de
contrair qualquer doença infectocontagiosa.
Usamos preservativo
até o ano passado quando decidimos que queríamos ter um filho. Estamos tentando
essa gravidez desde esse período. Mas, confesso que para mim, o sexo sem
camisinha ainda não se tornou confortável. Talvez chegue um momento, que mesmo
que o casal resolva ter filhos, eles optem por fazer inseminação artificial ao
invés de sexo desprotegido.
Então, realmente
não me sinto confortável em deixar os cuidados com a minha saúde também nas
mãos de uma outra pessoa. Sinto que esse protagonismo deve estar nas minhas
mãos. Isso implica dizer que acho imprescindível usar preservativo, mesmo no
meu caso, numa relação estável de mais de 17 anos. E eu cobro sim. Vai usar
sim, ou não há sexo! É o mínimo que eu posso fazer por mim. Meu corpo minhas
regras.