sábado, 13 de julho de 2013

Violência contra soldados femininos no exército americano.



    Hoje me deparei com a informação de que as mulheres do exército americano correm mais risco de serem estupradas do que mortas em campo de batalha. Estimativas do Departamento de Defesa dos EUA (Revista TPM) revelam que aproximadamente 19.300 soldados femininos sofreram assédio sexual em 2010. Em sua maioria as agressões eram praticadas por companheiros de batalha e chefes.

O retrato da violência pode ser visto através do documentário, premiado no Festival de Cinema de Sundance e indicado ao Oscar de melhor documentário em 2013, The Invisible War (2012), dirigido por Kirby Dick.  Para o documentário foram entrevistadas mais de 70 mulheres das Forças Armadas. As quais relataram histórias bem parecidas de violência.

O estupro de mulheres e morte dos homens pelo exército vencedor são práticas abomináveis, no entanto, bastantes comuns. O objetivo é humilhar, impor a submissão e o terror ao derrotado.

       Então o estupro de companheiras de tropa seria “fogo amigo”? Não. Definitivamente não. O que se pretende com a prática é a manutenção dos processos de inferiorização e opressão da mulher. A estatística revela apenas uma realidade que ocorre nos guetos, ruas, bares, lares... É a reprodução da coisificação da mulher no cotidiano do front.

Para além da reprodução da opressão do cotidiano, a prática do estupro visa afastar a mulher das áreas que muitos julgam serem espaços exclusivamente masculinos. Violência sexual, física e mecanismos de tortura psicológica são utilizados como forma de provocar medo e humilhação. O que se pretende é fragiliza-la ao ponto de sentir-se impelida a deixar a profissão.

     O que precisa ser mudado é a forma como as mulheres são vista na sociedade como um todo. É preciso que as sociedades respeitem os direitos femininos, sejam equânimes no tratamento de ambos os gêneros e promovam a inserção do gênero feminino em toda e qualquer área que deseje operar. Essas medidas provocarão mudanças profundas nas relações de gênero ocorridas entre os soldados. Entretanto, é necessário que cada caso de violência seja julgado e punido, independente do ambiente onde foi cometido. Mas pra que isso aconteça é o urgente que o silêncio seja quebrado e que cada vítima não seja refém do próprio medo.

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