Em colaboração com Danielle Couto

Hoje fui vítima de misoginia,
lesbofobia, despreparo dos policiais da Operação Lapa Presente e de delegados.
Vou deixar com vocês o meu
relato, mas antes gostaria de dizer que não eu não deveria me privar de fazer
coisas triviais do meu cotidiano ou de ter uma vida normal como qualquer ser
humano. As pessoas é que deveriam respeitar os
direitos dos outros e saber lidar com as diferenças.
Eu estava descendo a
escadaria, quando vi uma movimentação estranha perto de mim. Meu feminismo e
sororidade falaram alto. Um babaca agredia uma moça. Intervi, segurando o braço
da garota para que ele não a machucasse.
Quando finalmente vi um
PM perto, perguntei por que ele não fez nada. Segundo ele, não havia visto a
agressão ou confusão se formando. Assistiu de camarote e não viu nada! Eu
fiquei cada vez mais revoltada com o ocorrido e ainda mais pela omissão daquele
órgão que deveria nos proteger.

Outra menina também foi
agredida por um PM, tentei interferir e tomei novamente spray de pimenta direto
na minha cara. Joguei-me no chão pra tentar respirar. Quando finalmente me
senti melhor, descemos.

Quando chegamos à DDM,
estavam de plantão dois delegados homens. Em decorrência de coação, não abri um
Boletim de Ocorrência (B.O) por agressão. Os PM’s se estendiam em argumentos
tentando me convencer de não fazer. Até mesmo os dois os delegados argumentavam
que eu, mesmo sendo a vítima, poderia me ferrar e, que mesmo que eu ganhasse o
processo, não ia dar em nada.
Também quero declarar a
minha indignação com relação à falta de justiça contra os meus agressores. O meu
primeiro agressor vende drinks em frente à escadaria. Ele alegou que a garota
que eu socorri, a primeira vítima, era sua namorada, os meu agressores se
safaram porque o aparato político, policial e jurídico, não foram formulados ou
estruturados para defender mulheres ou a comunidade LGBT das violências patrocinadas
pelos homens.
A Operação Lapa Presente
só serve para reprimir maconheiros e ambulantes e para acabar com a cultura de
rua. Não fui a primeira, não serei a última. Mas irmãs, eu tentei reagir.
Machistas não passarão.
Lgbtfóbico não passarão.
Lgbtfóbico não passarão.
PS: entrei em contato
com o disque cidadania LGBT. Fiz um pequeno relato do que me aconteceu e a
pessoa que me atendeu fez um cadastro pra que possam entrar em contato comigo para
verificar o que poderá ser feito.
Provavelmente entrarão em contato comigo a partir de quinta feira.
Provavelmente entrarão em contato comigo a partir de quinta feira.
Agradeço todxs vocês, a
luta continua.
Esse é caso é bem chocante,
entretanto, é só mais um dentre muitos outros caso que não entram para as estatísticas
porque não são registrados. Não ocorre registro porque a violência contra a mulher
é naturalizada e aceita e até legitimada pelo Estado. Quando se trata de mulher
lésbica esse descaso é ainda maior. Mas, fique tranquila Danielle Couto.
“Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), que registra os casos de
assassinatos da população LGBT (lésbicas, gays,bissexuais e transgêneros) a
partir de informações publicadas em jornais e enviadas por organizações não
governamentais, um homossexual é morto a cada 28 horas no Brasil. Ano passado,
foram 312 gays, travestis e lésbicas assassinados. Uma pequena redução em
relação a 2012, quando foram registradas 338 mortes. Nas duas últimas semanas,
já são 13 casos. O Brasil também lidera o ranking do assassinato de
transexuais. Segundo relatório da ONG internacional Transgender Europe, o
Brasil, entre janeiro de 2008 e abril de 2013, teve 486 mortes de transexuais.”
EM. com.br
Chega de violência contra
mulheres e a comunidade LGBTT. Danielle, Estamos com você. Desejamos que
consiga movimentar esse caso e que seus agressores não saiam dessa impunes.
Força e um grande abraço!
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