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Mas, enquanto cresce a legislação e o cerco oficial aos agressores, crescem na mesma dimensão os crimes. Levantamento recente realizado pelo Instituto Sangari, baseado em dados obtidos de certidões de óbito e da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada à ONU), registra o acúmulo no Brasil de mais de 90 mil mortes de mulheres vítimas de agressão nos últimos 30 anos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em 1980 foram assassinadas 1.353 mulheres no País, enquanto nos últimos dois anos foram 4.450.
Em 1999, o dia 25 de novembro foi considerado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de
Luta pelo fim da Violência contra a Mulher. Há
exatos 25 anos, em 25 de novembro de 1981, teve início a Campanha Mundial pelos
Direitos Humanos das Mulheres, coordenada pelo Centro de Liderança Global da
Mulher, que propôs 16 Dias de Ativismo contra a Violência sobre as Mulheres.
O dia 25 de novembro foi escolhido, por organizações de mulheres de todo o mundo, reunidas durante o 1º Encontro Feminista Latino Americano Caribenho (Bogotá - Colômbia, 1981), como dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher em homenagem a Patria, Minerva e Antonia Mirabal. Três irmãs que moravam na República Dominicana e que formavam um grupo conhecido como As Mariposas, de oposição ao regime do ditador Rafael Trujillo e que lutava por soluções para os problemas sociais de seu país. As irmãs foram perseguidas diversas vezes e presas, até serem brutalmente assassinadas, em 25 de novembro de 1960. Quinze anos após o pontapé inicial pouco ou quase nada mudou.
O dia 25 de novembro foi escolhido, por organizações de mulheres de todo o mundo, reunidas durante o 1º Encontro Feminista Latino Americano Caribenho (Bogotá - Colômbia, 1981), como dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher em homenagem a Patria, Minerva e Antonia Mirabal. Três irmãs que moravam na República Dominicana e que formavam um grupo conhecido como As Mariposas, de oposição ao regime do ditador Rafael Trujillo e que lutava por soluções para os problemas sociais de seu país. As irmãs foram perseguidas diversas vezes e presas, até serem brutalmente assassinadas, em 25 de novembro de 1960. Quinze anos após o pontapé inicial pouco ou quase nada mudou.
Uma
série de estudos divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que
uma em cada três mulheres é vítima de abusos físicos em todo o mundo. Entre 100
milhões e 140 milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital e cerca de
70 milhões se casam antes dos 18 anos, frequentemente contra a sua vontade.
Além disso, os dados advertem que 7% das mulheres, em algum momento de suas
vidas, correm o risco de sofrer alguma violência.
Em
1994, o Brasil se tornou signatário da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção
de Belém do Pará. Durante a convenção elaborou-se um documento definindo o que
é violência contra a mulher, as formas que essa violência pode assumir e os
ambientes onde pode se manifestar. A Lei Maria da Penha, de 2006, que poderia
ter se configurado como um importante instrumento de combate a violência
doméstica, foi elaborada tendo por base esse documento. Entretanto os índices
de violência doméstica no Brasil não diminuíram. A Lei é uma importante
conquista das mulheres, o problema é que a sua efetiva execução vem se processando
de forma bastante precária.
“Apesar de ser um crime e grave
violação de direitos humanos, a violência contra as mulheres segue vitimando
milhares de brasileiras reiteradamente: 77% das mulheres em situação de
violência sofrem agressões semanal ou diariamente, conforme revelaram os dados
dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central de
Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres
da Presidência da República (SPM-PR). Nos primeiros seis meses do ano, o Ligue
180 realizou 265.351 atendimentos, sendo que as denúncias de violência
corresponderam a 11% dos registros – ou seja, foram reportados 30.625
casos. Em 94% deles, o autor da agressão foi o parceiro, ex ou um familiar da
vítima. Os dados mostram ainda que violência doméstica também atinge os filhos
com frequência: em 64,50% os filhos presenciaram a violência e, em outros
17,73%, além de presenciar, também sofreram agressões.” Compromisso e Atitude.
Dentre
as denúncias prevalecem os relatos de violência física (15.541 relatos);
seguida pela violência psicológica (9.849 relatos); moral (3.055 relatos);
sexual (886 relatos) e a patrimonial (634 relatos).
Os
tratados e convenções assinados pelo Brasil e as leis até agora elaboradas figuram
como meras cartas de intensões. Apesar dos diversos mecanismos criados pelo
governo, como delegacias da mulher e juizado de combate a violência contra a
mulher, ainda prevalece a impunidade e a cultura do violação ao direitos
femininos.
Aqui
no Ceará, de acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, somente em 2012, foram registrados 197
feminicídios, 9.716 lesões corporais, 24.500 ameaças e 1.492
estupros. Infelizmente, o resultado dessas agressões foram 7.781 boletins de
ocorrência registrados, onde apenas 2.019 resultaram em inquéritos
policiais, 2.435 medidas protetivas, e pasmem, apenas 348
prisões. Uma situação que gera
sensação de que a agressão a mulher é lícita.
A
Lei Maria da Penha entrou em vigor para garantir a punição de homens agressores
e que convivem com a vítima e para permitir que eles sejam presos em flagrante
ou tenham prisão preventiva decretada. Então,
diante do cenário de impunidade, não só a reparação fica comprometida bem como
as denuncias. Isso porque com o agressor fora da prisão ou livre de punição faz
com que as vítimas voltem a ser agredidas. Sem falar que essa situação não previne
que outros homens venha m a se tornarem agressores.
Mas, enquanto cresce a legislação e o cerco oficial aos agressores, crescem na mesma dimensão os crimes. Levantamento recente realizado pelo Instituto Sangari, baseado em dados obtidos de certidões de óbito e da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada à ONU), registra o acúmulo no Brasil de mais de 90 mil mortes de mulheres vítimas de agressão nos últimos 30 anos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em 1980 foram assassinadas 1.353 mulheres no País, enquanto nos últimos dois anos foram 4.450.
Os dados são
preocupantes. Nossa posição no ranking mundial da violência contra a
mulher é decepcionante, perdemos apenas para El Salvador, Trinidad
Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize. Os estados
mais violentos são Espírito Santo, Alagoas, Paraná, Paraíba e Rio
Grande do Sul. Quanto às capitais, as mais violentas são Vitória, João
Pessoa, Maceió, Rio de Janeiro e São Paulo. Editora JC.
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