Preciso
confessar uma coisa: adoro mudanças. Gosto de mudar a cor e o corte de cabelo,
mudar de casa e até de cidade. Não tenho raízes, grilhões e nem “opinião
formada sobre tudo”. Também mudo de perfume, de humor, de dieta e de amores.
Mudo até de opinião a depender dos argumentos.
Pois
é, quando criei esse blog pensei em discutir tão somente a violência de gênero.
No entanto, conforme o tempo foi passando e as postagens acontecendo fui
descobrindo e percebendo muitas nuances que até então se encontravam encortinadas.
E é claro que essas descobertas me levaram ao aprofundamento no universo
feminino e a ler sobre assuntos associados ao tema. No decorrer desse mergulho
fui me descobrindo feminista e instigada a ampliar minha visão sobre este
universo. Então, mudei a forma de ver a violência, não só a cometida contra todo
tipo de mulher, inclusive as trans, e as minorias, como ela está arraigada na
sociedade e de que maneira estou inserida nesse contexto.
E
esse blog? O blog não poderia permanecer com o mesmo formato, pois me deixaria limitada,
estaria presa ao tema violência, assunto muito vasto e bastante denso. A abordagem
prioritária desse assunto deixava a página com aspecto sombrio e a mim um pouco
angustiada. É obvio que continuarei problematizando sobre o tema, entretanto,
pretendo tornar esse canal mais leve e descontraído, com uma pitada de humor e
irreverência. E nada mais justo que ele seja renomeado. Pensei em vários nomes,
tipo FEMINISMOS E COISAS AFINS, NEM COM UMA FLOR... Mas nenhum tinha a cara que
eu queria dar ao blog.
Eu
pretendia que o nome fosse agressivo, desaforado, provocante, que afrontasse o status quo. Então o AMÉLIA É A MÃE caiu
como uma luva. É obvio que ele faz uma alusão à “mulher de verdade”, a mulher
desenhada conforme os ideais machistas e que aqui vai ser paulatinamente
desconstruída conforme vamos pondo por terra o mito da esposa resignada. Amélia
que surgiu no ideário masculino como uma mulher resignada e com baixa
autoestima, tantos anos depois, se tornou sinônimo de mulher submissa,
conformada e assexuada. Embora o compositor Mário Lago afirme que não teve a
intenção que propagar o mito e se declare a favor dos ideais igualitários.
Não
sou resignada, subordinada, conformada e muito menos assexuada, sei que a maioria
das mulheres atuais não são, e por isso mesmo somos “mulher de verdade”. Sou
mulher que divide, compartilha, concorda e discorda, que tem opiniões e que as
expressa. Assim como tantas outras da minha geração, sou mulher que luta por
ideais femininos e contra toda forma de opressão. Nós sim, somos mulheres de
verdade, mulheres reais e ideais. E, portanto, com todo respeito, Amélia é a
mãe! Não a mãe mulher, mas a mãe santa e idealizada dxs filhinhxs machistas.
1 comentário:
Bem bolado, bem pensado! rsrsrsrs. O que eu gostei mesmo foi o "sem ofensas"!
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