Camisinha de lingua |
“Cientistas estudam um absorvente
interno que impede a contaminação por HIV. Um grupo de biomédicos da
Universidade de Washington está fazendo testes de um absorvente interno com
remédios que não permitem a contaminação por HIV. A ideia é que ele seja usado
antes do sexo e o medicamento seja liberado, em grandes quantidades, no corpo.
O estudo, publicado no jornal Antimicrobial Agents and Chemotherapy, explica o
funcionamento do dispositivo: em contato com a umidade, as fibras do absorvente
interno se dissolvem e liberam o medicamento Maraviroc, que hoje é utilizado
para tratar pacientes com o vírus, mas também é capaz de prevenir que ele se
instale em pessoas saudáveis”. Carol Patrocínio/Yahoo.
Lençol de borracha |
Fico
imensamente feliz que a mulher possa de alguma forma ser protagonista na
proteção a sua saúde quando o assunto envolve sexualidade. No entanto, me
preocupa um pouco que, assim como ocorre no caso da contracepção oral e
injetável, a responsabilidade de prevenção/proteção contra HIV/ Aids recaia
exclusivamente sobre a mulher. Hoje, a responsabilidade sobre uma gravidez não
planejada ou indesejada sempre pesa sobre a mulher. É sempre ela que não se
cuidou ou que não se preveniu. Será que esse novo método de prevenção não
acabaria sobrecarregando a mulher? Outra questão; será que essa não se tornaria
a única barreira contra o vírus nas relações heterossexuais? Caso isso
ocorresse, quais os impactos dessa prática para a saúde feminina?
Camisinha de dedo |
Particularmente,
acredito que essa medida possivelmente não se converta num método usual de
prevenção ao HIV, já que, segundo a reportagem informa, uma grande quantidade
de medicamento é liberado no organismo e isso deve ter impacto sobre a saúde da
mulher. Bem, esse é um aspecto da discussão, outro seria o uso como método de
prevenção durante o sexo oral.
É claro que a notícia me deixaria bastante feliz caso, finalmente, mulheres que fazem sexo com mulheres pudessem contar com um efetivo método de proteção à contaminação pelo vírus da Aids, já que esse grupo não dispõe atualmente de métodos de prevenção destinado a especificamente a elas ou a proteção durante o sexo oral aplicado na mulher de forma geral. No entanto, como coloquei acima, devido a alta dosagem de medicação, acredito que ainda não seja dessa vez que esse grupo venha a ser contemplado com um método de prevenção a ser usado em todas as relações.
Instrução para corte da camisinha masculina e da luva |
Felizmente,
outras alternativas vêm sendo estudadas, inclusive, aqui no Brasil desde a
década de 90.
Sabendo da posição do
Brasil como um dos campeões em número de casos de AIDS, do crescimento da
infecção nas mulheres e da seriedade e grande experiência da UNICAMP em estudos
de reprodução humana, incluindo métodos anticoncepcionais, os
pesquisadores norte-americanos propuseram uma colaboração entre a Rush
University, a UNICAMP e o Centro de Pesquisas em Doenças Materno-Infantis
(CEMICAMP). Nesta colaboração, um dos produtos em estudo, que contém
componentes já utilizados em outros produtos no Brasil, já testado em animais
nos EUA e considerado seguro, seria produzido numa farmácia de manipulação
brasileira seguindo os padrões de Boa Prática laboratorial exigidos pelos
órgãos de controle nacionais e internacionais sob supervisão dos farmacêuticos
brasileiros e norte-americanos, e posteriormente seriam iniciados os chamados
estudos clínicos, em humanos, através de testes iniciais de tolerabilidade. O
nome do produto proposto para estes testes clínicos no Brasil é Acidform e os
ingredientes incluídos em sua fórmula já são utilizados em medicamentos de uso
vaginal, retal e/ou oral. Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA).
Modo de usar |
Enquanto
esses métodos não chegam ao mercado e eles não se tornem seguros para uso em
todas as relações, alguns métodos preventivos adotados atualmente, dentre eles,
o uso de camisinha feminina pode ser uma alternativa, tanto para ser usada durante a
penetração (numa relação heterossexual) quanto para a proteção da vulva no decorrer do sexo oral. Outras alternativas de proteção são o preservativo de
língua, luvas de látex e camisinhas recortadas (formando um lençol pra envolver
a área), lençol de borracha para procedimento odontológico e plastifilme (instruções de corte e uso nas figuras ao longo do texto). Para
introdução dos dedos podem ser usadas as camisinhas de dedos, (dada a
dificuldade de ser encontrada luvas de látex podem ser usada como alternativa).
Os brinquedos eróticos estilo dildo, quando compartilhados, devem ser protegidos
pela camisinha. Outros brinquedos que entrem em contato com fluidos corporais e
não possam ser adequadamente protegido ou higienizado o ideal é que não seja
compartilhado.
Plastifilme |
“Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
com 145 lésbicas entre 18 e 61 anos de idade revela que apenas 2% delas se
previnem durante o sexo para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DST),
como o vírus da Aids. Segundo o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids da
secretaria, responsável pela pesquisa, as mulheres que mantêm relações com suas
parceiras desconhecem que podem pegar as mesmas doenças que as heterossexuais”. Bem Estar.
Camisinha feminina |
Dados
adicionais envolvendo a saúde da mulher lésbica podem ser obtidos no link
acima, inclusive com as respectivas estatísticas. Seria bem interessante dá uma
olhada. Você também pode dar uma conferida de como fazer sexo seguro (oral e
outras práticas) nas páginas Duas Damas e Sapatômica.
Instruções de uso |
“vale lembrar que a
prevenção é muito importante, não só no caso da infecção pelo HPV como também
pela possibilidade de contaminação por qualquer outra doença sexualmente
transmissível. Então, lembre-se sempre de conversar com a parceira sobre DST’s.
Se vocês têm uma relação legal e querem parar de utilizar alguns métodos de
prevenção, vale pedir para que ela faça os exames de DST’s e fazer você
também. Eu sei que isso pode ser um pouco desagradável e que, mesmo que os
testes tenham resultado negativo, a possibilidade da presença de alguma doença
ainda existe, mas vale a pena utilizar mais esse meio de prevenção. E mais, se
você já foi diagnosticada com alguma DST, não esconda isso da sua parceira. Ela
tem o direito de saber e você tem o dever de contar. Só assim vocês vão poder
conversar abertamente sobre o assunto e sobre como impedir a contaminação dela.
Além disso, lembre-se de se conferir antes das relações sexuais para ter
certeza de que não existe nenhuma lesão na cherry (vulva) ou em suas proximidades.” Sapatômica.
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