lutas de lésbicas e bissexuais. Além disso,
é uma forma de incentivo ao reconhecimento da diversidade sexual, que pode e
deve ser encarada como um direito e não uma concessão ao grupo LGBTT. As
mulheres lésbicas são invisíveis na sociedade e vivenciam isso diariamente, seja
quando têm seus direitos negados, seja quando têm sua sexualidade e identidade questionadas/negligenciadas/confrontadas
ou objetificadas.
“A
invisibilidade das mulheres foi construída na sociedade através de múltiplos
discursos, e das mulheres lésbicas e bissexuais de forma mais invisível, uma
vez que as relações de afetividade eram consideradas práticas culturais do
universo feminino. Nesta sociedade heteronormativa e patriarcal a mulher possui
um padrão que preestabelece suas características: como se portar nos espaços
sociais de acordo com cada idade; casar e ter filhos, cuidar da casa, do
marido, dos filhos/as. O espaço familiar é o inicio do sistema repressor que
impõe este modelo que estruturam as formas de sobreviver, se inserir na
sociedade e a primeira é a auto-invisibilização nos espaços de convivências
sociais. Esta lógica que pressupõe a valorização das relações heterossexuais em
detrimento das “outras”, inicia na família e nos outros espaços na forma
normatizadas e naturalizadas. A escola se classifica como o espaço de punir e
reformar as/os desviantes das ordens do sistema.” UNE.
Essa invisibilidade também se processa institucionalmente, principalmente no ambiente de saúde. Atualmente, ainda há uma enorme dificuldade de dialogo entre mulheres que fazem sexo com outras mulheres e ginecologistas sobre suas práticas sexuais e os métodos de prevenção. E isso afeta diretamente suas vida já que os métodos de prevenção a DST’s/Aids são negligenciados. Alia-se a essa dificuldade o fato de que esse grupo não conta com políticas publicas especialmente desenvolvidas para elas, como por exemplo; mecanismos de prevenção, reprodução assistida orientação sexual, dentre outras.
Essa invisibilidade também se processa institucionalmente, principalmente no ambiente de saúde. Atualmente, ainda há uma enorme dificuldade de dialogo entre mulheres que fazem sexo com outras mulheres e ginecologistas sobre suas práticas sexuais e os métodos de prevenção. E isso afeta diretamente suas vida já que os métodos de prevenção a DST’s/Aids são negligenciados. Alia-se a essa dificuldade o fato de que esse grupo não conta com políticas publicas especialmente desenvolvidas para elas, como por exemplo; mecanismos de prevenção, reprodução assistida orientação sexual, dentre outras.
“Um levantamento feito
pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com 145 lésbicas entre 18 e 61
anos de idade revela que apenas 2% delas se previnem durante o sexo para evitar
doenças sexualmente transmissíveis (DST), como o vírus da Aids.Segundo o Centro de Referência e
Treinamento DST/Aids da secretaria, responsável pela pesquisa, as mulheres que
mantêm relações com suas parceiras desconhecem que podem pegar as mesmas
doenças que as heterossexuais.[...] De acordo com o médico Valdir Monteiro, que
coordenou o levantamento, as mulheres justificam que mantêm relações sem
proteção porque não têm noção do risco, confiam nas parceiras e desconhecem
métodos de prevenção do sexo oral feminino.” G1.
Entre as lésbicas entrevistadas, e que se
submeteram a testes de diagnósticos de DST’s, detectou-se que:
·
25,6% das 121 amostras recolhidas mostraram
um crescimento anormal de fungos
·
6,3% das mulheres apresentaram contaminação
pelo vírus do papiloma humano (HPV), que costuma causar verrugas e pode levar
ao câncer de colo do útero.
· 2,9% tiveram diagnóstico positivo para e HIV,
136 participantes que fizeram o teste (mas todas já conheciam sua condição
sorológica).
· 7% receberam resultado positivo para de
hepatite B, e 2,1% para hepatite C.
Os resultados encontrados
demonstram que é necessário um cuidado especial com a saúde das mulheres desse grupo,
que deveriam ser elaboradas campanhas de prevenção a DST’s e serem disponibilizadas informações sobre esses métodos, mesmo que adaptados, para difusão entre o grupo e corpo médico como forma de facilitar diálogo
entre ambos.
Para
além da invisibilidade, nos movimentos e lutas destacam-se a necessidade de
diferenciação entre homofobia e lesbofobia, já que as formas de violências
vivenciadas por lésbicas e homens gays são diferentes. Muitas das hostilizações/violências que as
lésbicas sofrem advém da ideia de que elas ainda não encontraram um “homem de
verdade” e que os estupros, conhecidos como “estupros corretivos”, são capazes
de cura-las. Lésbicas também sofrem estupros coletivos em decorrência do
fetiche que o homem tem com relação ao sexo entre lésbicas, supondo-se que esta
seja uma condição que pressupõe um convite para um ménage.
Também
povoa o imaginário popular que mulheres só se tornaram lésbicas porque sofreram
algum trauma ou violência sexual. Além disso, imagina-se que meninas que se
reivindicam lésbica ou bissexuais querem chamar atenção ou estão passando por
uma fase de experimentação. Sem contar com a violência de achar que mulheres consideradas
feias, gordas, mal amadas, mal comidas se tornam, devem ou podem se tornarem
lésbicas. Ideias elaboradas levando em consideração que a existência feminina
deve ser regulada por padrões estabelecidos para satisfazerem e agradarem
homens.
“A Lesbofobia, além da
violência e hostilidade, é considerada também como medo que as mulheres têm de
amar outras mulheres. É uma violência que nega o próprio desejo sentido da
mulher que machuca, julga e acaba com perspectivas de felicidade para agradar a
uma sociedade heteronormativa que castiga à duras penas, aquelas que não seguem
o padrão pré estabelecido. Então, sim! É diferente. Homofobia e Lesbofobia. São
palavras distintas que atingem sujeitos distintos. Não dá simplesmente para
jogarmos no mesmo saco e achar que tá tudo bem, porque não está. Mulheres são
estupradas, estranguladas, rechaçadas porque amam outras mulheres. Porque
mulher não pode amar outra mulher.” Revista Vírus Planetário
Bem,
é preciso ressaltar, como foi exposto acima, que o reconhecimento da identidade
de gênero de um indivíduo e de sua orientação sexual, com todas as implicações
que emanam desse processo, constituem-se direitos de fato, não são concessões
ou gentilezas concedidas a grupo LGBTT, portanto, não podem ser negados, negligenciados,
negociado, barganhado ou alvo de qualquer omissão.
A todas
às lésbicas e bissexuais, principalmente as guerreiras que estão à frente dos
movimentos de afirmação, construção e legitimação de direitos do grupo, quero
deixar um forte abraço e meu desejo de boa sorte nessa luta.
·
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