sábado, 25 de abril de 2015

Machismo na faculdade de direito



Resultado de imagem para machismo faculdade de direito imagensFaculdade de direito e machismo muitas vezes podem ser usados como sinônimo. É histórica a ocorrência de machismo dentro dos limites dessa instituição. Essa semana repercutiu nas redes sociais a piada feita pelo professor Fábio Melo de Azambuja, que ministra a cadeira de Direito Empresarial III, fazendo analogia entre leis e mulheres leis "leis são como mulheres, feitas para serem violadas". 

A piada feita pelo professor da PUCRS, naturalmente, gerou muita polêmica. Alguns sites estão tratando a “piada” como uma brincadeira.
“Uma brincadeira de gosto duvidoso em uma aula da PUCRS, em Porto Alegre, desencadeou uma polêmica entre estudantes, professor e universidade na última quarta-feira. Segundo depoimento de alunos, tudo começou quando Fábio Melo de Azambuja, que ministra a cadeira de Direito Empresarial III, teria pedido licença para "contar uma piada" durante a aula. — Ele perguntou se podia e ninguém contestou. Aí ele disse: as leis são como as mulheres, foram feitas para serem violadas — relata o estudante Luan Sanchotene, 25 anos. Até o fim da tarde de quinta-feira, a publicação tinha 80 compartilhamentos na rede social, além de dezenas de comentários — contra e a favor do professor, que seria conhecido por suas brincadeiras em sala de aula. O episódio motivou uma reunião de estudantes com a diretoria da universidade. Integrante do DCE da PUCRS, Paula Volkart considerou a ocorrência ‘grave’. Ela disse que deve ser aberta uma sindicância para apurar os fatos.Zero Hora.

— Foi um ato de misoginia e machismo, uma apologia ao estupro dentro da sala de aula, e o DCE mantém uma posição que é contra as opressões. Depois disso, outras pessoas vieram até nós e relataram casos que aconteceram com o mesmo professor. Sabemos que é muito difícil que ele seja afastado, mas é importante que a PUC se posicione em relação a isso — Paula Volkart.
Estudantes de Direito promovem ato em apoio a professor que fez piada sobre mulheres Júlia Scheirr/Arquivo PessoalSurpreendentemente, na manhã desta sexta-feira alunos realizaram um ato de desagravo, em apoio ao professor. Os estudantes foram à aula de preto e, no intervalo entre as aulas, aplaudiram o professor enquanto ele saía de uma das salas. Em defesa do professor a aluna Júlia Scheirr, do 7º semestre de Direito, que organizava o ato em desagravo ao professor, disse que estava na aula e as queixas tiraram o comentário do contexto. 

Resultado de imagem para estupro culturaConcordo com Paula Volkart. Não foi uma piada ou uma brincadeira foi a reprodução da cultura do estupro e a propagação da misoginia. A maioria das piadas tem a finalidade de naturalizar o abuso e a opressão. Fazer “piada” com estupro é uma tentativa de legitimar o pleno poder e o direito do homem sobre os corpos femininos. “Piadas” machistas, principalmente sobre violação dos corpos femininos, devem ser abolidas de qualquer ambiente imagina dentro de uma instituição de ensino.

Resultado de imagem para estupro contraNão há contexto que torne aceitável a reprodução de “piadas” sobre violência contra as mulheres. Não é aceitável porque é uma realidade vivenciada diariamente por nós mulheres. Não é tolerável porque legitima e naturaliza a agressão, a opressão, a violência. Mesmo que não desejasse falar o que falou, “as leis são como as mulheres, foram feitas para serem violadas”, a expressão dá a conotação de que é legítima a violação de mulheres e portanto é fazer a apologia ao estupro sim.

Resultado de imagem para estupro contraNão se trata de politicamente correto ou incorreto, trata-se de não ser tolerante com o crime e não fazer apologia a ele. Professor nenhum é pago para fazer piadas, pelo menos os que estão no ensino regular formal. Professores que gostam de fazer piadas infames devem deixar a sala de aula e procurar recintos onde as barbaridades que dizem não sejam levadas a sério. Estupro não é piada é crime!

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