A
Igreja católica eslovaca disse numa carta pastoral que a igualdade de
gênero destrói a família e que a decisão de aceitar pares homossexuais leva a
uma "confusão sodomita".
“Na mensagem pastoral, a Igreja
católica eslovaca refere que, por detrás da aparente bondade da ideia de
igualdade de gênero, se esconde o objetivo de destruir as famílias (Sic). Os
bispos eslovacos referem que a família é uma instituição de Deus e que a
desintegração familiar deterioraria a felicidade humana, assinalando que quem se refere
ao conceito de "igualdade de gênero" pensa em algo positivo, em que
os homens e as mulheres têm os seus direitos. A carta pastoral advertiu que o
uso de palavras nobres como "direitos humanos", quando, na realidade,
os partidários de uma "cultura da morte" pretendem que "um homem
já não se sinta como um homem, nem uma mulher como uma mulher" e que o matrimônio não seja a "união abençoada por Deus" de um homem e uma
mulher. RTP.http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=699958&tm=7&layout=121&visual=49
A estrutura
da igreja é uma representação clássica do patriarcalismo, sobre o padre se
assenta a figura do patriarca, que detém poder sob o rebanho –simbolicamente seus
filhos – como também sob o Estado. O que a igreja defende é manutenção das
coisas como estão, opressão contra as mulheres e crianças, já que isso não
ameaça o poder que ainda detém. Manter a mulher sob a sombra do homem implica
dizer que ela nunca vai romper com sistema clerical dominado por homens, onde o
poder, e nesse sentido, o dinheiro, circula apenas em mãos masculinas. A opressão
da mulher ajuda a manter essa estrutura rígida, baseada na cultura androcêntrica
e deísta, já que uma mulher oprimida é incapaz de questionar o sistema hierárquico,
e principalmente, os dogmas da igreja.
A igualdade
gênero é uma clara ameaça de rompimento com um sistema milenar de exploração das
mulheres, de controle de seus corpos e mentes. Quando a mulher se sentir
confortável para questionar o sistema patriarcal do clérigo indiscutivelmente
ela vai almejar ascender hierarquicamente e ocupar cargos de direção na igreja.
E o que menos a igreja quer é que se eleja uma Papisa que possa gerar em seu
ventre um incontestável herdeiro do de seu patrimônio. Além disso, uma igreja
mais democrática poderá avançar em discussões que não interessam ao machismo, que
seria a liberdade da sexualidade feminina, representada na liberação ao uso dos
anticoncepcionais e preservativos, o divórcio e outros.
Quando
a igreja diz priorizar a manutenção da família, implica dizer que não aceita o
divórcio. A ideia se apoia no fato de que no patriarcado, a mulher se inclui no
rol de bens do marido, ainda hoje os homens pensam assim, e romper com o
casamento implica perda de poder. Sem contar que em caso de divórcio o patrimônio
do homem reduziria pela metade, e a mulher poderia ter poder sobre si mesma,
sobre os filhos e parte do patrimônio do casal. Nesse sentido, a separação
representaria perda para o homem e ganho para a mulher. É claro que essa lógica
se aplica aos casais que detêm bens. Para
o resto dos fieis, ou seja, a maioria, se aplica a indissolubilidade do casamento
para que Deus seja justo e que seus mandamentos sirvam para ricos e pobres.
Quero
que fique claro que não estou defendendo a dissolução das famílias e muito
menos o ateísmo, estou questionando a estrutura da igreja e seus dogmas, que
servem sobremaneira para controlar mulheres e homens, explorar e oprimir
mulheres. Sem contar que sequer cogitam a possibilidade de acolher os
assumidamente homossexuais, deixando inclusive de considerar que acolhe entre
os eclesiásticos muitos homossexuais que não podem em hipótese alguma revelarem
sua condição. Enquanto diz pregar o amor o cristianismo prega a intolerância, o
machismo e a homofobia.
2 comentários:
Infelizmente setores conservadores da Igreja Católica também promulgam a violência racista e homofóbica e promovem a negação dos direitos humanos e ainda tem muito o domínio da palavra e do discernimento de muitos fieis que conseguem seguir a risca seus ensinamentos,apesar do surgimento da teologia da libertação que veio para combater tudo isso ainda não foi possível por que os interesses desses setores conservadores é o que predominam são eles que estão na direção,no comando...
Absurdo total Ana, o que ocorre desumanamente nas cadeias públicas, principalmente em se tratar de setores femininos!
O que se pode fazer é exatamente o que você fez, publicar com fotos e fatos!
Nos solidarizamos com todo tipo de articulação que venha contribuir para um mundo sem preconceito e sem violência!!!
Abraços Feminista
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