Hoje, uma postagem no
Facebook me em particular me chamou atenção, era sobre pedofilia. Despertou
minha atenção não pelo conteúdo do post, mas pela frequência com que ela ocorre
como também pela naturalidade com os homens e a sociedade lida com os pedófilos,
inclusive, culpando a criança pelo abuso.
“Essas crianças procuram
proximidade com outros. E podem perder-se, fazendo com que a outra pessoa também
se envolva”.
Essa declaração foi dada pelo arcebispo, líder da Igreja Católica na Polônia, Jozef Michalik,
ao comentar os casos de pedofilia que envolvem padres. Numa conversa com os
jornalistas, o arcebispo, defendeu os padres e responsabilizou as crianças de
famílias desestruturadas.
Ontem mesmo eu falei com
duas mulheres (somente ontem, duas mulheres) que foram abusadas sexualmente
durante a infância. Uma delas por um amigo da família e a outra pelo próprio pai.
Essas são mulheres que tiveram as infâncias roubadas e as vidas arruinadas por
pervertidos que contam com a tolerância e complacência da sociedade para
permanecerem abusando porque são considerados doentes.
“Tratar abusador de
crianças/adolescentes como DOENTE é apenas uma ESTRATÉGIA DO PATRIARCADO, uma
forma que o patriarcado arruma de fazer com que a sociedade tenha EMPATIA pelo
abusador mais do que pelo abusado. Porque sentir desejo sexual por e abusar de
crianças e adolescentes - em seus diversos níveis, desde a observação e
erotização para a masturbação, passando pelo assédio real, até o ato sexual em
si - é um comportamento CORRIQUEIRO e CONTUMAZ do homem educado pelo patriarcado.
Porque numa sociedade em que a idade mínima para "consentimento
sexual é de 14 anos, pedofilia não é doença e nem crime é NORMA SOCIAL". Ana
Paula Martins
"A pedofilia é um
transtorno mental. Para serem considerados como pedófilos, os agressores devem
possuir certas características, o que chamamos de critérios diagnósticos. Uma
pessoa com o diagnóstico de pedofilia é aquela que ao longo de, no mínimo seis
meses, teve fantasias sexuais recorrentes, impulsos sexuais ou comportamentos
envolvendo atividade sexual com uma (ou mais de uma) criança com idade inferior
a 13 anos. Para o diagnóstico de pedofilia, o indivíduo deve ter, no mínimo, 16
anos e ser pelo menos cinco anos mais velho do que a criança ou crianças. É
importante esclarecer, então, que nem todos os agressores sexuais de crianças
são pedófilos, uma vez que é preciso atender aos critérios diagnósticos do
transtorno. Um pedófilo, conforme os critérios diagnósticos, pode nunca ter
cometido uma violência sexual, mas possuir fantasias sexuais com
crianças."
Jean
Von Hohendorff (UFRS) em Tribuna do Norte.
No post de Ana Paula Martins
havia as imagens abaixo.
“As imagens que
ilustram esse post foram encontradas naqueles sites de vídeos pornôs bem
populares. Imagens como essas podem ser encontradas muito facilmente, visto que
TODOS esses sites disponibilizam uma seção chamada "teens", onde são
oferecidos vídeos de mulheres jovens maiores de 18 anos [será?] que são maquiadas,
penteadas e preparadas para se parecem crianças e adolescentes prontas a serem
violadas por homens mais velhos, e que estão, normalmente, entre as seções mais
visitadas pelos punheteiros do patriarcado.” Ana Paula Martins
"Eu curso serviço social, na minha
faculdade nós fizemos um debate sobre pedofilia e as sequelas causadas na
formação da personalidade das nossas crianças e adolescentes. Pois bem, sobre
pornografia, crianças que têm contato com pornografia acabam achando pedofilia
e abuso sexual algo normal, e muitas vezes não sabem denunciar, pois não sabem
que é violência. É uma realidade muito comum. Esse tipo de violência pode
trazer danos psicológicos graves para às crianças ao começarem a buscar suas
próprias identidades, sequelas graves como transtorno anti-social, transtorno
de personalidade borderline, mitomania, até a esquizofrenia. Não permitam que
crianças tenham acesso a pornografia, principalmente pornografia que retrata
sexo ‘consensual’ com crianças. A pornografia cria um mundo aonde tudo é
permitido, é sexista, cruel, e doentia.
Pedófilos atores e pornógrafos não são
criminalizados, são tratados como homens doentes, isso quando não são
aplaudidos. A gente tem que mudar isso. Pedofilia não é fetiche. Homens
adultos, deixem as crianças em paz. O segundo ponto vai para as mulheres adultas
que buscam se assimilar as meninas, crianças, com a depilação compulsória,
roupas eróticas infantis, voz de bebê, entre outros comportamentos considerados
fetichistas. Esse comportamento não é fetiche é pedofilia. Precisamos falar sobre isso". Isabella.
2 comentários:
Olá Isabela gostei muito do seu texto e concordo com suas palavras, infelizmente poucas pessoas estão pensando assim hoje e colocando a pedofilia como doença, tirando o foco da vítima, colocando em risco nossas crianças, mana você tem o contato dessa Ana Paula Martins que vc se refere no texto?? eu estou a procura de pessoas que se posicionem contra essa idéia de dizer que a pedofilia é doença, queria fazer uma pesquisa e uma entrevista sobre isso, precisamos divulgar a idéia de que pedofilia não é doença, mostrar que é algo incentivado dentro da própria sociedade, se puder me dá esse help aí, agradeço <3
Olá Danni,
Tenho o contato da Ana Paula. Manda uma mensagem pra mim que eu passo o contato. (anaeufrazio@yahoo.com.br)
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