Hoje
à tarde resolvi ir até ao supermercado a pé, curtindo um pouco a temperatura
amena, o tempo nublado e o finzinho de tarde. Então, coloquei um short, uma
camiseta, uma rasteira, prendi o cabelo e fuiiiiii...
Sentia
o vento gostoso bater no meu corpo e um tanto de liberdade, até que um sujeito
para na minha frente e fica me olhando de uma forma tão invasiva que me senti
completamente nua – e não foi que me senti culpada por estar usando uma
camiseta decotada e shorts –, senti um incômodo enorme. Continuei caminhando
pela rua e ele me olhando com uma malícia desconcertante. Cheguei em casa muito irritada, muito mesmo, indignada. Então lembrei o vídeo
“Maioria Oprimida - Majorite Opprimee” e pensei que poderia ser diferente.
E se
pudéssemos sair na rua sem ter de enfrentar os olhares desconcertantes,
desejosos, indiscretos e inconvenientes? Se não tivéssemos de nos esconder ante
os olhares invasivos? E se não tivéssemos medo de reagir a esse tipo de
assédio? E se a situação fosse exatamente o inverso?
Gostaria
de dizer àquele homem que não me senti lisonjeada com o assédio, embora esteja
com 40 anos e de acordo com as piadinhas machistas e de mal gosto possa ser
considerada semelhante a uma bola de golfe – apenas um homem correndo atrás de
mim – senti nojo daquele cara. Se pudesse, o teria levado à delegacia para que
sofresse qualquer punição. Queria que outros homens também soubessem que
nenhuma mulher gosta de ter seu corpo observado como se fosse um suculento pedaço
de carne. Este tipo de atitude faz nos sentirmos amedrontadas e acuadas e ,sobretudo,
enojadas. E se fosse numa rua erma? E se fosse à noite?
O
homem que age assim não é um garanhão é um idiota mal amado, mal resolvido com
a própria sexualidade. Portanto, está na hora de repensar o seu sex apeal, não
é desnudando uma mulher na rua que vai leva-la pra cama ou se tornar mais homem
– pensem nisso – tá?
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