domingo, 15 de setembro de 2013

Assexualidade é doença?




         Um tema difícil de abordar é a assexualidade. Vivemos sob a ditadura do orgasmo. Existem centenas de milhares de manuais com a finalidade de ensinar a chegar lá, outras centenas instruindo a aumentar o prazer, e até como encontrar o ponto “G” (diga-se de passagem, ainda não foi provado cientificamente que existe). O que há de comum neles? A obrigação imprescindível de ter prazer custe o que custar.
       
            Será mesmo que é preciso ter orgasmo pra ser feliz?
        
        A resposta é não. Não é necessário se relacionar sexualmente pra ser feliz e muito menos ter orgasmos em todas a relações pra se sentir realizada(o) sexualmente.
        
          No entanto, é muito difícil ir contra a maré e dizer “Não, eu não gosto de sexo”. Pode parecer absurda a declaração, mas ela representa um comportamento normal e natural. Não há nada de errado com quem não gosta de sexo. Assexuados não tem nenhuma doença, não são vítimas de traumas, não foram molestados ou coisa do tipo. Eles simplesmente nasceram sob essa condição.
  
   Mas afinal, o que é assexualidade?

        Assexualidade é a ausência de desejo ou apetite sexual. Também pode ser definida como falta de atração sexual.

         A assexualidade pode ter várias graduações, desde o tipo que tolera a interação afetiva à que rejeita todo e qualquer tipo de relação.
       
       Existem pessoas assexuadas que namoram e/ou casam e vivem sem que hajam contatos sexuais entre eles. Outras não toleram nenhum tipo de relacionamento, sequer o namoro.
  
    Os assexuados que se relacionam afetivamente (amorosamente), podem estabelecer relações homoafetivas (com pessoas do mesmo sexo), heteroafetivas (pessoas do sexo oposto) ou com ambos os gêneros (biafetivos).

   Muitos das pessoas assexuadas já experimentaram sexo, namoraram, foram ou permanecem casados com pessoas que preferem a interação sexual. Esse tipo de relação normalmente ocorre por pressão cultural ou por necessidade do próprio indivíduo de experimentar as sensações eróticas antes de descartar a possibilidade de ter interesse sexual.

      Algumas das pessoas sob essa condição só se admitem ou se descobrem assexuados depois de muitos anos de relacionamento com atividade sexual. E pode parecer impossível, mas nesse rol também se encontram homens heterossexuais.

     Uma pesquisa realizada com 18 mil britânicos revelou que até 1,1% dos adultos podem ser assexuados ou não ter atração sexual duradoura. Isso não implica dizer que essas pessoas não possam vir a desenvolver atração sexual ou que não possam se relacionar afetivamente.

     É importante saber que a ausência de desejo por sexo no assexuado não é transitória ou temporária, ela é permanente. Já no indivíduo não assexuado ela pode ocorrer temporariamente e pode estar relacionada a alguma disfunção hormonal, ter fundo psicológico ou derivar de algum problema de saúde.

     A assexualidade é uma condição natural da sexualidade humana e deve ser respeitada como qualquer outra condição, tanto pelo próprio assexuado quanto pela sociedade.
     
     Existem muitos sites e artigos que podem ajudar no esclarecimento das dúvidas sobre o tema. Também é possível encontrar grupos de debates e fóruns que debatem o assunto, além de comunidades de pessoas declaradamente assexuadas. 
Imagens: http://wikioso.org/wp-content/uploads/2013/05/amor-em-italiano.jpg.jpg

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