Eu a matei por não suportar
sua subserviência, suas maneiras delicadas de achar bonito o “psiu” a beira da rua.
A matei por rejeitar seu
jeito sonso de se sentir lisonjeada com o “gostosa” dito por algum gaiato
protegido por sutil anonimato.
Cometi o homicídio por
acreditar verdadeiramente que essa mulher me traia ao propagar que toda mulher
deveria estar sempre erotizada pra olhares masculinos.
A estrangulei por perceber
que ela se insinuava pra se sentir desejada e por isso mais mulher.
Ela morreu porque achava que
era normal o homem brigar por ela e sentir ciúmes quando ela saia sozinha.
Ela foi morta porque
acreditava que a maternidade era dever de toda mulher e que ser mãe era o maior
sonho de toda e qualquer mulher.
Eu a matei porque ela
repetia que toda mulher é frágil e precisa ser protegida pelo seu companheiro.
Além disso, pensava que o homem deveria sempre segurar a “onda” e nunca se
fragilizar.
Matei-a porque ela dizia que
todo homem tem de querer fazer sexo sempre que for instigado pela mulher.
Ela morreu porque achava que
era da natureza do homem trair e que a mulher honesta não pensa em outros
homens.
Matei-a porque ela achava
que mulheres casadas não deveriam gostar muito de sexo e, menos ainda,
assumirem publicamente que gostam de sexo...
Matei a Ana Eufrázio sexista
pra que eu fosse livre e pudesse viver plenamente minha feminilidade.
Por Ana Eufrázio.
Imagens:http://www.blogdailha.org/itaparica/wp-content/uploads/2011/07/vergonha_na_cara.jpg
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