Por Ana Eufrázio
Sexismo
pode ser definido como atitude, comportamento e/ou ideologias discriminatórias as
quais se atribuem disposições e capacidades exclusivas ao indivíduo ou grupo em
detrimento de outros indivíduos em razão de sua identidade de gênero ou
orientação sexual. Resulta na tendência para estabelecer estereótipos,
pretensamente fundamentados na Biologia, onde se reconhece qualidades
e defeitos que seriam intrínsecos e específicos de cada sexo.
Trata-se
de uma forma de discriminação que em geral atinge o gênero feminino, buscando
sua subalternização, à marginalização ou mesmo à exclusão do meio social. Por atingir fundamentalmente o gênero feminino,
aqui se inclui homens não viris, pode-se considerar que o sexismo abrange uma
postura ou conduta misógina de desprezo pelo gênero feminino, sua pretensa
desqualificação e desautorização. Tais comportamentos estão associados ao
predomínio de culturas tipicamente androcentricas ou falocentricas, onde as
mulheres são tomadas como seres de menor prestígio social.
Nas
sociedades tidas como sexistas há a tendência de se legitimar
a violência contra o gênero feminino (quer seja na forma sexual ou em suas
outras tipificações) através da culpabilização da vítima. Nos crimes sexuais
busca-se questionar o comportamento da vítima, inferindo-se que teria sido este
o verdadeiro provocador do crime e o homem vítima dos desvios morais da violentada.
Esta conduta tenta inocentar o homem, afinal, ele seria apenas mero objeto dos estímulos
sexuais produzidos pelas fêmeas, as reais culpadas pelos transtornos produzidos.
No caso de violência física, o procedimento é o mesmo, logo se questiona qual
comportamento da vítima teria precipitado a agressão. Como se qualquer agressão,
seja ela praticada por homem ou mulher, pudesse ser justificada.
Entretanto,
deve-se destacar que enquanto postura, comportamento, posição ou ideologia, o
sexismo e atitudes sexistas podem ser cometidas por todo e qualquer indivíduo,
independente do gênero a que pertença. Nesse contexto, atos sexistas são
cometido também intra-gêneros, tanto de mulheres contra mulheres, quanto de
homens contra homens, e de gay contra gay. Entre o gênero feminino se dá a
partir da revalidade entre as mulheres com a consequente
desqualificação, desprezo ou visível submetimento de umas com relação às outras.
Diferentes
termos podem ser utilizados para nomear os processos ideológicos, culturais e
atitudes sexistas dependendo do alvo dos agravos. O sexismo contra homens é
chamado de misandria ou androfobia. O sexismo
contra mulheres é comummente denominado de machismo, chauvinismo ou misoginia.
As formas de sexismo contra LGBT podem ser genericamente nomeadas como homofobia
ou cissexismo.
Os mecanismos
que levam ao sexismo, apesar de baseados nos aspectos sexuais biológicos, estão
essencialmente fundamentados na censura aos comportamentos que se afastam
daquele que seriam “esperados” para determinado gênero. Assim sendo, no
chauvinismo ou machismo o comportamento feminino está sempre sob suspeita; se a
mulher tem muitos parceiros é vagabunda, se não, é santinha do pau oco; se a
mulher veste-se de maneira sensual está querendo ser estuprada, insultada ou
procurando homem; se sorrir pra alguém está se oferecendo, se fica sozinha com
ele num ambiente está permitindo ser violentada; ao se casar esta dando
permissão para o marido ter sexo com ela sempre que quiser, independente da sua
vontade...
Esse tipo de concepção deriva dos
pressupostos de que um gênero (ou uma identidade sexual) é superior a outro. Na
negação de que, apesar das diferenças biológicas, os indivíduos são iguais e
têm direitos iguais. Na existência de características comportamentais que são
intrínsecas de cada gênero, de modo que todas as pessoas deste gênero as
possuem e se revelam através de generalizações como "todo homem é
mulherengo" ou "toda mulher é delicada" ou "todo
homossexual é promíscuo". Além de centenas e milhares de sentenças que são
repetidas ostensivamente com a finalidade de oprimir e subjugar o outro.
Fontes: http://www.infopedia.pt/$sexismo
Karin Ellen von Smigay; Sexismo, homofobia e outras expressões correlatas de violência: desafios para a psicologia política
Imagens: http://www.cliquef5.com.br/TNX//storage/webdisco/2013/06/04/728x546/3ba58b82b75322a044e720065904525e.jpg
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