terça-feira, 18 de março de 2014

Abuso sexual ao vivo no BBB e o estupro na Estação da Luz diante de centenas de pessoas



O que leva dois indivíduos abusarem sexualmente de duas mulheres em público? Antes de responder essa pergunta vamos aos fatos.

O desempregado Adilton Aquino dos Santos, de 24 anos, foi preso na tarde desta segunda-feira, 17, na plataforma da Linha 7-Rubi da CPTM, na Estação Luz, no centro de São Paulo, acusado de estupro. Segundo a polícia, o rapaz molestou uma supervisora de 30 anos até ejacular na calça dela, com o pênis para fora. Santos foi espancado por passageiros da CPTM que viram a cena e acabou sendo salvo por seguranças da companhia, que o prenderam em flagrante. Durante o ataque, a vítima tentou se desvencilhar do acusado, que a segurou pelo braço. Santos ainda teria tentado arrancar a calça da mulher. A supervisora foi encaminhada à Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília, também no centro, com luxação no braço. Depois, será encaminhada ao Hospital Pérola Byington, referência no atendimento de mulheres vítimas de agressão sexual. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, o rapaz afirmou que foi motivado por páginas em redes sociais que estimulam esse tipo de ataque no sistema de transporte de São Paulo. 'Ele disse que viu uma matéria na TV e grupos no WhatsApp que falam do assunto e decidiu fazer igual', afirmou o delegado". Bruno Ribeiro em Yahoo.”
 
    Vejam o vídeo da prisão no site  G1.

 Já no BBB,

“Na madrugada de sábado para domingo, uma situação mobilizou os participantes do BBB e as redes sociais desde então. Marcelo e Ângela estavam tendo um relacionamento dentro da casa. Ângela, após ter dito a Marcelo que ele vacilou, desencanou do lance e não quis mais nada com ele. Marcelo tem tentado há vários dias se reaproximar da moça, que já disse inúmeras vezes que não está mais a fim. Pois bem, durante a festa, ele seguiu insistindo (inclusive com certa agressividade), tentou forçá-la. Todo mundo bebeu, Ângela bebeu também e ele seguiu do lado dela, insistindo. Quando Ângela já não estava mais consciente de tudo o que rolava, ele, depois de jogar água no rosto dela, a beijou, mesmo com ela escondendo o rosto e os lábios durante muito tempo. Ele além de todo o resto, ainda queria dar banho nela, que estava praticamente desacordada.” Mariana Vedder em Biscate Social Clube.
Foto: reprodução Globo.com

Foto: reprodução Globo.com

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Particularmente, entendo que o abuso e a violência sexual estão tão naturalizados que sequer o agressor tem medo do constrangimento, da repressão ou da criminalização destas. Então, não me admira que haja paginas nas redes sociais que incentivem os encoxamentos, os estupros e afins, embora suas existências por si  não sejam capazes de explicar ou justificar os recentes casos, embora Aditon o tente. Insisto sempre sobre a questão da tolerância da sociedade e do Estado com o assédio, o abuso/violência sexual por que entendo que é ela quem encoraja os abusadores ou violentadores a atuarem. 

Enquanto no BBB se repete àquela prática da embriaguez seguida do estupro, lógico que guardadas as devidas proporções, na estação da luz, a velha tática do encoxamento culmina em cenas de sexo semiexplícitos. Aparentemente, há quem defenda que não houve nada demais no BBB e que, enquanto feminista, estou exagerando. Entretanto, vamos pensar um pouquinho; você gostaria de ser beijadx ou apalpadx a contra gosto? Creio que não. E a moça já havia dito categoricamente que não, não queria nenhuma aproximação com o cara e, inclusive, havia rejeitado seu beijo por várias vezes. É lógico que a atitude de Marcelo representa uma invasão de menor poder ofensivo, no entanto, isso não desqualifica a abuso, afinal, ele beijou uma mulher bêbada que não aceitaria seu beijo se pudesse esboçar alguma reação. O grande problema é essa não é uma conduta criada por Marcelo, somos sistematicamente agarradas, apalpadas e beijadas a força, seja em em ambientes públicos, principalmente em aglomerações e sobremaneira em ambientes de festas, ou num escritório onde o chefe sente que tem autoridade também sobre nossos corpos. Eu mesma já fui agarrada a força e beijada por um cara enquanto caminhava entre a multidão durante uma festa de réveillon, não reagi, iria dar problema, o cara estava em turma e eu sozinha com meu marido, me dei por satisfeita que não tenha visto essa cena. 

Da mesma forma, você gostaria que alguém, que nem conhece, se masturbasse encostando seus órgãos sexuais em você? Também acredito que não. Eu detesto que estranhos me toquem, aliais, até conhecidos com os quais não tenho intimidade, prefiro que renunciem a mania de dialogarem a partir do toque, afinal, a conversa não ocorre em braile. Fico feliz que esse tipo de abuso tenha sido qualificado como crime de estupro e que as pessoas que estavam próximo tenham se sentido indignadas com a atitude do cara. Melhor ainda, dos dois caras, do Marcelo e do Adilton, e em ambos os casos tenham se mostrado incomodadas. É óbvio que não coaduno com o lixamento de Adilton, contudo, a revolta é legítima sim.

Bem, pra concluir, percebemos que parcela significativa dos homens ainda se nega a aceitar que NÃO é NÃO, que não somos objetos sexuais, que podemos sim nos recusarmos a fazer sexo ou deseja-lo ao nosso bel prazer (da mesma forma que eles), que nosso corpo é inviolável e que não gostamos de estranhos com um pau duro nos encoxando em ambientes públicos ou em qualquer outro lugar. E por mais que a cultura machista acabe por legitimar a prática do público usufruto do corpo feminino, é fato que muita gente não compactua com essa ideia e é capaz de se revoltar e de lutar contra esse exercício, como ocorreu nos casos retratados aqui. Que seja cada dia maior o número destas pessoas!


1 comentário:

Anónimo disse...

Você só pode ser débio mental ou ter merda na cabeça. Aonde tu viu estupro no bbb. Por isso odeio essas feminazis mal comidas, tudo é estupro. Vão procurar uma pia louça de pra lavar idiotas.