segunda-feira, 7 de abril de 2014

Se os homens soubessem se comportar haveria menos estupros














A imprensa tem enorme dificuldade em dar visibilidade aos movimentos de cunho revolucionários. Já que essa mídia é particularmente conversadora, principal loteadora do nosso corpo, e trate sempre de invisibilizar nossa luta. Exceto quando se trata das datas pseudo comemorativas, quando nos dão uma colher de chá e mostram a atuação dos movimentos de cunho feministas – ou não – nas ruas protestando contra a insustentável situação de opressão que a cultura machista nos impõe. Mas até estas datas são usadas, primordialmente, para alavancar o comércio e nos vender como consumistas enlouquecidas em busca de flores, roupas, rosas e outros presentes. Mimos que se supõe nos farão esquecer de todos os outros dias em que somos violentadas em nossos corpos, direitos e dignidade. 

No entanto, não nos esqueceremos de que 58% da população brasileira acham que “se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros”, colocando-nos dessa forma como culpadas pela terrível violência da qual nós mulheres somos a principal vítima, invertendo a real premissa que seria “se os homens soubessem se comportar haveria menos estupros”.

Eu, particularmente, ainda não engoli a revisão da pesquisa publicada pelo Ipea. Também não esqueço que meses antes uma pesquisa, Juventude, Comportamento e DST/Aids, realizada com o acompanhamento da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, revelou que quatro a cada dez jovens, entre 18 e 29 anos, defendem de maneira total ou parcial o argumento que mulheres que se vestem de forma insinuante não têm o direito de reclamar caso sofram violência sexual. Portanto, o protesto de Sarah diz respeito a sensação que temos de que não passamos de nada mais que um pedaço de carne. Um naco de carne disponível para satisfação da libido masculina. Ou não causa espanto que haja anualmente, no Brasil, 577 mil tentativas ou estupros consumados, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas decorrentes do machismo?

2 comentários:

Mariana Bernardo disse...

"Eu quero ser tudo que sou capaz de me tornar."Katherine Mansfield. Não podemos aceitar (em hipótese alguma) qualquer tipo de tratamento/situação que nos exponha, nos humilhe...Por essa razão, precisamos nos unir, nos conscientizarmos (conscientizar as companheiras q ainda não compreendem o olhar do q é ser/ter igualdade), e ainda q, a luta seja árdua,ela é extremamente necessária. Através da militância diária provaremos que não somos um pedaço de carne, nem um objeto, nem parideiras....O corpo é nosso, a vontade de escolhas é nossa, o destino é nosso!!!!Somos Mulheres, Merecemos Ser Respeitadas! PQ Nenhuma Mulher Merecer Ser Estuprada!Tendo dito,vamos a luta!

Anónimo disse...

quem nos impede de ser sexualmente libres ? não se importem com o que pensam de vçs e parem de tanto mimimi, querem dar estejam a vontade, parem de tentar controlar a cabeça dos outros, nós temos o direito de ser livres como quisermos, e os outros tem direito a opinião deles mesmo que ela nos desagrade.
o problema das feministas é querer controlar o que pode ou não ser pensado.