O
mundo não para e os homens não param de exercer seu poder de opressão. Hoje foi
Michele e mais 13, 14, 15 ou 16 mulheres assassinadas pelo machismo, pela
intolerância, pelo ciúme...
A Polícia Militar (PM)
procura por um homem suspeito de ter assassinado a esposa a tiros, na tarde
desta quarta-feira (20), na comunidade de Cruz das Almas, no bairro Penha, em Campos
dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ele seria músico e conhecido pelo apelido
de 'Baiano'. Segundo a polícia, o filho de três anos teria presenciado a morte
da mãe e contado tudo para um vizinho.
De acordo com a PM, o
suspeito fugiu em uma bicicleta com a arma usada no assassinato. Policias
acreditam que tudo aconteceu depois de uma discussão entre o casal. Eles
estariam separados há dois meses. Moradores contaram que ouviram os tiros e se
aproximaram da casa. O suspeito teria saído da residência com o filho de três
anos no colo e entregado a um vizinho.
O corpo da mulher foi encontrado caído na área de serviço com várias perfurações. De acordo com a família, Michelle Efigênia de Souza, de 34 anos, é enfermeira, mãe de dois filhos e Guarda Municipal em Casimiro de Abreu, no interior do Rio. Vizinhos disseram que nunca viram uma discussão entre o casal e que a família aparentava ser muito tranquila. Eles foram casados por 18 anos.
A perícia técnica do Instituto Médico Legal esteve no local do crime. O corpo de Michelle foi removido e levado para o IML. A PM faz buscas pela cidade de Campos, a fim de localizar o suspeito. O caso foi registrado na 134ª Delegacia de Polícia, na área central de Campos. G1.
O corpo da mulher foi encontrado caído na área de serviço com várias perfurações. De acordo com a família, Michelle Efigênia de Souza, de 34 anos, é enfermeira, mãe de dois filhos e Guarda Municipal em Casimiro de Abreu, no interior do Rio. Vizinhos disseram que nunca viram uma discussão entre o casal e que a família aparentava ser muito tranquila. Eles foram casados por 18 anos.
A perícia técnica do Instituto Médico Legal esteve no local do crime. O corpo de Michelle foi removido e levado para o IML. A PM faz buscas pela cidade de Campos, a fim de localizar o suspeito. O caso foi registrado na 134ª Delegacia de Polícia, na área central de Campos. G1.
Não consigo aceitar que uma mulher seja assassinada, na presença do filho pelo próprio
ex-marido, ainda que fosse a única. Entretanto, Michele foi só mais uma. Estamos
assistindo um verdadeiro massacre de nossas mulheres e a sociedade esta sendo cúmplice.
O Estado está sendo omisso. Estamos entrando em 2014 e as estatísticas sobre feminicídio
nos revelam dados de 2011.
A
impunidade também colabora pra que os números sejam alarmantes. De acordo com
estudo preliminar do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), estima-se
que entre 2009 e 2011, o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios (mortes de
mulheres por conflito de gênero), especialmente em casos de agressão perpetrada
por parceiros íntimos. Número condizente com uma taxa de 5,8 casos para cada
grupo de 100 mil mulheres.
Como
no caso de Michele, os parceiros íntimos são os principais assassinos de
mulheres. Aproximadamente 40% de todos os feminicídio no mundo são cometidos
por um parceiro íntimo. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os
homens assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro
é 6,6 vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceira.
Também
se sabe que grande parcela dos agressores é reincidente e parte das vítimas de
homicídios já havia dado queixa a polícia sobre ameaças ou agressões praticadas
pelo assassino e algumas delas já tinham conseguido medidas protetivas. Mesmo
assim os assassinos desobedecem às ordens judiciais e, numa clara afronta ao
Estado, se aproximam da vítima, as agridem novamente e as matam.
Esse
comportamento reflete a cultura da tolerância. Somos tolerantes com o machismo,
com a pequena agressão, com o preconceito, com as desigualdades de gênero e
principalmente com os agressores.
Não se
pode aceitar casos como o do jornalista Pimenta Neves, que depois de ser
condenado a 19 anos de prisão pelo assassinato da também jornalista Sandra
Gomide, pôde recorrer do crime em liberdade.
O feminicídio ocorreu em 2000, o
jornalista foi condenado em 2006, em 2008 teve sua pena reduzida em 4 anos,
passando a ter de cumprir 14 anos de prisão. Somente 2011 Pimenta Neves começou
a cumprir pena, ou seja, foi para prisão.
Pimenta Neves quando se apresentou à polícia em 2011. (Foto: Reprodução / TV Globo) |
Então em
setembro último, a juíza Sueli Zeraik da Vara de Execuções
Criminais de Taubaté, no interior de São Paulo, concedeu ao réu o benefício de
cumprir a pena em regime semiaberto. G1.
Repare
bem, foram três anos de prisão para punir alguém que assassinou uma mulher com
quem o réu teve uma relação íntima, de confiança. Não me entra na cabeça que alguém
pague pela morte de outra em 3 anos de prisão.Muito embora isso tenha ocorrido
por conta da condição financeira do assassino, em muitos feminicídios o assassino
sequer é preso.
O
que o Estado está dizendo com esse tipo tratamento? Que o feminicídio compensa,
que se pode matar a companheira sim, pois não haverá punição, que a vida da
mulher não vale nada, que o home pode tudo.
No
Brasil contamos com o ligue 180 que é um
serviço da Central de Atendimento à Mulher. O serviço é ofertado pela
Secretaria de Políticas para Mulher (SPM) e tem o objetivo de receber denúncias
ou relatos de violência, de ORIENTAR as mulheres sobre seus direitos e sobre a
legislação vigente e ainda, ENCAMINHA-LAS AOS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS quando
necessário.
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