domingo, 3 de novembro de 2013

Aids no Ceará – Aumenta o número de ocorrência e morte em 2012.



 A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), é uma doença infecciosa, transmissível, grave e que assumiu comportamento pandêmico, sendo considerada um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.

Nas últimas duas décadas, a taxa de infecção por HIV/Aids aumentou assustadoramente. No entanto, os prognósticos dos afetados com a doença melhorou consideravelmente. Se no início da década de 80 a doença era letal, com a introdução da terapia antirretroviral (TARV) iniciada no país em 1996, constatou-se um aumento da sobrevida e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes em tratamento.

Com o decorrer dos anos, o perfil das pessoas contaminadas com HIV também se modificou, no início da epidemia a quase totalidade dos casos notificados eram de homens, já no início da década de 90, a frequência de ocorrência entre mulheres cresceu consideravelmente, tornando a transmissão heterossexual a principal via de contaminação.

A transmissão do HIV/Aids pode acontecer através da relação sexual desprotegida (sem o uso de preservativo), por transfusão de sangue infectado ou ainda durante a gravidez, parto e amamentação, onde mulheres infectadas, que não estão em tratamento, transmitem para o bebê.


Uma das grandes dificuldades em prevenir a contaminação está relacionada ao fato de que muitas pessoas infectadas pelo vírus HIV não desenvolvem imediatamente a doença (Aids) ou apresentam sintomas por meses e até por vários anos. Nesse período elas prosseguem transmitindo o vírus aos seus parceiros.

“No Ceará, desde o primeiro caso conhecido em 1983, foram notificados 12.246 casos até dezembro de 2012*, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de Aids. Destes, 70,0% foram no sexo masculino e 30,0% em mulheres. No ano de 2012*, com dados ainda bem preliminares, foram confirmados 800 casos, sendo 430 (53,7%) residentes no município de Fortaleza. Destaca-se que o número de casos notificados pode não expressar a totalidade, ainda pela possibilidade de subnotificação, por problemas relacionados ao estigma trazido pela doença, além de possíveis problemas operacionais da vigilância e assistência.” Vigilância Epidemiológica do Estado.

No começo da epidemia (década de 80) a relação de contaminação entre homens e mulheres era de 12/1. Já em 2010 a proporção atingiu a marca de 2 mulheres para cada 5 homens.

No entanto, de acordo com Ana Neta, Assessora Técnica da Coordenadoria DST/Aids do Estado do Ceará, em 20 municípios do Estado o número de mulheres contaminadas é superior ao número de homens e, em 13 outros a quantidade de mulheres com Aids é igual ao numero homens. Dados que demonstram que está havendo a feminização da Aids.

Em 2011 a taxa de incidência de Aids no grupo feminino atingiu a proporção de 5,8 mulheres por 100 mil habitantes. Em 2004, essa taxa atingiu a sua maior marca 6,8.

Já o índice de mortalidade feminina em decorrência de Aids por cada 100 000 habitantes, que em 2008 foi de 2 mulheres, em 2011 sofreu uma leve queda, chegando a 1,7 mortes. Entretanto, em 2012, caso seja confirmado os dados já colhidos, o índice voltou ao patamar de 2008.
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 Ana também alertou que as estatísticas disponíveis atualmente dizem respeito somente aos casos de pessoas que já apresentam sintomas da doença e estão em tratamento, ou aos casos em que a contagem de células CD4, usadas como prognósticos na evolução da infecção pelo HIV, atingiram marca superior a 500 u. por mm3. Os dados não abrangem os índices de contaminação com o vírus, já que a notificação de casos de contágio não é compulsória.

Os dados também permitem verificar que o maior meio de contaminação sexual ocorre através de relações heterossexuais e que pessoas com mais idade se tornaram mais vulneráveis. Em 2012, foram notificados 795 casos, sendo que metade deles em pessoas heterossexuais, 127 em indivíduos com mais de 50 anos e apenas 103 casos foram encontrados no grupo que se identificou como homossexual.

Coforme informação repassada por Ana, não se admite mais falar em grupos de riscos, pois qualquer pessoa em idade reprodutiva, atuando em atividades que entrem em contato com ou fluidos corporais e usuários de drogas correm o risco de se contaminar com HIV.

“A prevenção e o controle da Aids deve ter um caráter permanente, com articulação de diversos setores da sociedade, onde o setor saúde deve atuar com ações de promoção da saúde, contemplando o diagnóstico e tratamento  precoce, mas especialmente estimulando a mudança do comportamento para proteção específica e superação do preconceito contra a doença e às pessoas portadoras e vivendo com Aids. No entanto, faz-se necessário uma parceria forte com outras instituições, particularmente com o setor educacional. Para isso, deve-se considerar que as ações vão desde a prevenção, a informação esclarecida sobre o risco de transmissão da doença e estimulando comportamentos saudáveis, até a assistência com equipes multidisciplinares (SIC). Além disso, deve-se objetivar o apoio aos pacientes com diagnóstico confirmado, oferecendo uma assistência integral e contribuindo para o aumento da sobrevida e da qualidade de vida.” Vigilância Epidemiológica do Estado.

Entretanto,

“Como a maioria dos casos de AIDS acontece através das relações sexuais, existem várias formas que vão desde a prática sexual sem que haja penetração, nem contato com esperma e secreções vaginais, ao uso dos preservativos (camisinha) como proteção. Para prevenir a contaminação sanguínea é importante que o sangue para transfusões e produtos derivados do sangue sejam testados antes de serem utilizados. Seringas e agulhas sejam descartáveis (ou esterilizados), assim como instrumentos cirúrgicos e cortantes/perfurantes e usuários de drogas injetáveis não compartilhem agulhas e seringas.” Soroposito.net. 

De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, para prevenir a contaminação com HIV, como também com ás doenças sexualmente transmissíveis ( DST’s), o ideal é o uso de camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais, seja nas modalidades oral, anal e vaginal. O preservativo pode ser obtido gratuitamente em qualquer posto de saúde de Fortaleza.

Obs: *índice sujeito a revisão.

Fonte:  http://www.salves.com.br/virtua/aidsifechiv.htm
http://www.sms.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=150

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