A
Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), é uma doença infecciosa,
transmissível, grave e que assumiu comportamento pandêmico, sendo considerada
um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.
Nas últimas
duas décadas, a taxa de infecção por HIV/Aids aumentou assustadoramente. No
entanto, os prognósticos dos afetados com a doença melhorou consideravelmente. Se
no início da década de 80 a doença era letal, com a introdução da terapia
antirretroviral (TARV) iniciada no país em 1996, constatou-se um aumento da
sobrevida e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes em tratamento.
Com
o decorrer dos anos, o perfil das pessoas contaminadas com HIV também se
modificou, no início da epidemia a quase totalidade dos casos notificados eram
de homens, já no início da década de 90, a frequência de ocorrência entre
mulheres cresceu consideravelmente, tornando a transmissão heterossexual a
principal via de contaminação.
A transmissão
do HIV/Aids pode acontecer através da relação sexual desprotegida (sem o uso de
preservativo), por transfusão de sangue infectado ou ainda durante a gravidez,
parto e amamentação, onde mulheres infectadas, que não estão em tratamento,
transmitem para o bebê.
Uma
das grandes dificuldades em prevenir a contaminação está relacionada ao fato de
que muitas pessoas infectadas pelo vírus HIV não desenvolvem imediatamente a
doença (Aids) ou apresentam sintomas por meses e até por vários anos. Nesse
período elas prosseguem transmitindo o vírus aos seus parceiros.
“No
Ceará, desde o primeiro caso conhecido em 1983, foram notificados 12.246 casos
até dezembro de 2012*, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) de Aids. Destes, 70,0% foram no sexo masculino e 30,0% em mulheres. No
ano de 2012*, com dados ainda bem preliminares, foram confirmados 800 casos,
sendo 430 (53,7%) residentes no município de Fortaleza. Destaca-se que o número
de casos notificados pode não expressar a totalidade, ainda pela possibilidade
de subnotificação, por problemas relacionados ao estigma trazido pela doença,
além de possíveis problemas operacionais da vigilância e assistência.”
Vigilância Epidemiológica do Estado.
No
começo da epidemia (década de 80) a relação de contaminação entre homens e
mulheres era de 12/1. Já em 2010 a proporção atingiu a marca de 2 mulheres para
cada 5 homens.
No
entanto, de acordo com Ana Neta, Assessora Técnica da Coordenadoria DST/Aids do
Estado do Ceará, em 20 municípios do Estado o número de mulheres contaminadas é
superior ao número de homens e, em 13 outros a quantidade de mulheres com Aids
é igual ao numero homens. Dados que demonstram que está havendo a feminização
da Aids.
Em
2011 a taxa de incidência de Aids no grupo feminino atingiu a proporção de 5,8
mulheres por 100 mil habitantes. Em 2004, essa taxa atingiu a sua maior marca
6,8.
Já o
índice de mortalidade feminina em decorrência de Aids por cada 100 000
habitantes, que em 2008 foi de 2 mulheres, em 2011 sofreu uma leve queda,
chegando a 1,7 mortes. Entretanto, em 2012, caso seja confirmado os dados já
colhidos, o índice voltou ao patamar de 2008.
Ana também alertou que as estatísticas disponíveis
atualmente dizem respeito somente aos casos de pessoas que já apresentam
sintomas da doença e estão em tratamento, ou aos casos em que a contagem de
células CD4, usadas como prognósticos na evolução da infecção pelo HIV, atingiram
marca superior a 500 u. por mm3. Os dados não abrangem os índices de
contaminação com o vírus, já que a notificação de casos de contágio não é
compulsória.
Os
dados também permitem verificar que o maior meio de contaminação sexual ocorre
através de relações heterossexuais e que pessoas com mais idade se tornaram
mais vulneráveis. Em 2012, foram notificados 795 casos, sendo que metade deles
em pessoas heterossexuais, 127 em indivíduos com mais de 50 anos e apenas 103
casos foram encontrados no grupo que se identificou como homossexual.
Coforme
informação repassada por Ana, não se admite mais falar em grupos de riscos,
pois qualquer pessoa em idade reprodutiva, atuando em atividades que entrem em
contato com ou fluidos corporais e usuários de drogas correm o risco de se
contaminar com HIV.
“A prevenção e o
controle da Aids deve ter um caráter permanente, com articulação de diversos
setores da sociedade, onde o setor saúde deve atuar com ações de promoção da
saúde, contemplando o diagnóstico e tratamento
precoce, mas especialmente estimulando a mudança do comportamento para
proteção específica e superação do preconceito contra a doença e às pessoas
portadoras e vivendo com Aids. No entanto, faz-se necessário uma parceria forte
com outras instituições, particularmente com o setor educacional. Para isso,
deve-se considerar que as ações vão desde a prevenção, a informação esclarecida
sobre o risco de transmissão da doença e estimulando comportamentos saudáveis,
até a assistência com equipes multidisciplinares (SIC). Além disso, deve-se
objetivar o apoio aos pacientes com diagnóstico confirmado, oferecendo uma
assistência integral e contribuindo para o aumento da sobrevida e da qualidade
de vida.” Vigilância Epidemiológica do Estado.
Entretanto,
“Como a maioria dos
casos de AIDS acontece através das relações sexuais, existem várias formas que
vão desde a prática sexual sem que haja penetração, nem contato com esperma e
secreções vaginais, ao uso dos preservativos (camisinha) como proteção. Para prevenir
a contaminação sanguínea é importante que o sangue para transfusões e produtos
derivados do sangue sejam testados antes de serem utilizados. Seringas e
agulhas sejam descartáveis (ou esterilizados), assim como instrumentos
cirúrgicos e cortantes/perfurantes e usuários de drogas injetáveis não
compartilhem agulhas e seringas.” Soroposito.net.
De acordo
com as recomendações do Ministério da Saúde, para prevenir a contaminação com
HIV, como também com ás doenças sexualmente transmissíveis ( DST’s), o ideal é
o uso de camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais, seja
nas modalidades oral, anal e vaginal. O preservativo pode ser obtido
gratuitamente em qualquer posto
de saúde de Fortaleza.
Obs: *índice sujeito a revisão.
Fonte: http://www.salves.com.br/virtua/aidsifechiv.htm
http://www.sms.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=150
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