Na
tarde de sexta-feira, dia 13, um homem de 70 anos foi preso em flagrante pela acusação
de estupro contra a própria sobrinha de apenas oito anos de idade. O crime aconteceu
no Sítio Boa Esperança, Distrito do Arajara, em Barbalha.
João J. da Silva. Reprodução de C1 Cariri (Foto: chinês) |
"A mãe da criança conta
que desconfiou do comportamento estranho tanto da filha, quanto do acusado João
José da Silva, conhecido popularmente como João Lugério. Segundo ela, o idoso
teria saído de São Paulo – cidade onde reside – para passar os festejos de fim
de ano e, ao longo de todo o dia, permaneceu na casa da vítima. Em dado
momento, os pais da garota tiveram que se ausentar por um instante, deixando a
filha com o acusado. Ao retornarem, perceberam a filha 'calada' e João 'desconfiado'. Os pais então decidiram conversar com a criança, que revelou
tudo que teria acontecido no ínterim em que os pais estiveram fora. Ainda de
acordo com a mãe, o acusado teria oferecido R$ 20,00 para que a sobrinha não
contasse nada, além de prometer que, caso ninguém ficasse sabendo do que
aconteceu, ele não mais regressaria a cidade em outras datas e ficaria enviando
presentes à criança. Militares do Policiamento Ostensivo Geral – POG levaram o
acusado a 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte onde foi
autuado em flagrante por estupro. O Conselho Tutelar acompanhou a garotinha,
juntamente com seus pais, para realização do exame de Corpo de Delito. O
resultado deve sair em uma semana." C1 Cariri.
Custo
a crer que o ser humano possa exercer tamanha crueldade. Não consigo
compreender até onde pode ir uma pessoa na busca da satisfação de uma
sexualidade criminosa e doentia. Enquanto as mulheres são cerceadas em sua
sexualidade, que poderia ser saudável, os homens a exercem ao estremo,
realizando sem pudores suas fantasias e fetiches. Pra eles não há limites, nada
pode escapar aos seus desejos, nem a própria sobrinha, e não obstante, os
próprios filhos.
Não
consigo conceber que um animal desse – e nesse caso pouco me importa a idade,
continua sendo um sociopata infeliz – possa se safar dessa, ele tem de ir parar
atrás das grades e que lhe esqueçam por lá. Um homem que violenta a própria sobrinha
não pode conviver com a sociedade, ele representa risco iminente a infância. Pelo
menos a mãe dessa garota teve sensibilidade para perceber o crime, caso
contrário esse doente permaneceria impune como em muitos casos onde a criança
sofre os abusos calada e com medo.
Infelizmente,
casos como esses continuam ocorrendo diariamente. Conformeinforma a ministra
Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência
da República, em 60% ou 65% dos casos o agressor, é comumente o padrasto, o
pai, o namorado, o amante, o vizinho, o avô. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública
sobre 2012, em todo país, foram registrados 50.617 casos de estupro no ano passado, o que equivale a 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes. Em
relação a 2011, quando a taxa foi de 22,1 por grupo de 100 mil o houve um
aumento de 18,17%. A cada hora aproximadamente 6 mulheres são estupradas em
todo país.
É cansativa
a insistência em repetir que os incentivos dados aos agressores, estupradores e
homicidas de mulheres vêm da tolerância da sociedade com esses crimes e a
impunidade. Mas, não há deixar de bater nessa tecla. Não há como ignorar o fato
de que os estupradores e agressores de mulheres e meninas estejam soltos e livres
para continuarem agindo e fazendo mais vítimas.
Volto
a repetir, e irei repetir sempre, a sociedade é conivente com os agressores
quando defende que “a mulher que veste roupas ousadas está pedindo pra ser
estuprada”. Pode parecer ridícula essa afirmação, no entanto, pesquisa realizada com jovens, com idade variando entre 18 e 29 anos, revelara uma situação preocupante, 4 entre 10
entrevistados, defendem literalmente
o argumento de que mulheres que se vestem de forma insinuante não tem o direito de reclamar caso sofram
violência sexual.
Não há
como dissociar o machismo, sexismo, patriarcalismo e a impunidade com a
violência sexual, os homens sentem-se proprietários da mulher e dos filhos indiscriminadamente,
seja de seus corpos ou de sua liberdade. A violência sexual é um mecanismo de
opressão, de controle e de poder. É a afirmação do macho alfa sobre a fêmea e dos considerados inferiores, dentre eles, os homens não viris. É o
resultado de uma sociopatia generalizada que vitima principalmente nossas
meninas. A impunidade é mais uma engrenagem do patriarcado, serve para manter
essa forte relação de poder que subjulga a mulher e a inferioriza.
Acho
que já passou da hora de darmos um basta nessa situação, não podemos continuar
coniventes com esses agressores. Precisamos denunciar esses animais que ainda
não conseguem aceitar QUE NÃO PODEM TER QUALQUER CONTATO que tenha QUALQUER
CONOTAÇÃO SEXUAL COM CRIANÇAS e que quando a MULHER
DIZ NÃO, ELA ESTA DIZENDO EXATAMENTE NÃO, não é um “não sei”, não é um “talvez”,
não é um “pode ser” ou um “sim, mas estou com vergonha de dizer sim”, “NÃO”
QUER DIZER EXATAMENTE “NÃO”, e o desrespeito
a esse “NÃO” constitui sim um crime caracterizado como estupro. QUEM FORÇA O SEXO,
NÃO É MACHO, NÃO É GARANHÃO, NÃO é GOSTOSÃO, É UM ESTUPRADOR, merece cadeia e
no xadrez... sabe como é...
Por Ana Eufrázio.
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