domingo, 15 de dezembro de 2013

Idoso estupra sobrinha de oito anos



Na tarde de sexta-feira, dia 13, um homem de 70 anos foi preso em flagrante pela acusação de estupro contra a própria sobrinha de apenas oito anos de idade. O crime aconteceu no Sítio Boa Esperança, Distrito do Arajara, em Barbalha.

João J. da Silva. Reprodução de C1 Cariri (Foto: chinês)

"A mãe da criança conta que desconfiou do comportamento estranho tanto da filha, quanto do acusado João José da Silva, conhecido popularmente como João Lugério. Segundo ela, o idoso teria saído de São Paulo – cidade onde reside – para passar os festejos de fim de ano e, ao longo de todo o dia, permaneceu na casa da vítima. Em dado momento, os pais da garota tiveram que se ausentar por um instante, deixando a filha com o acusado. Ao retornarem, perceberam a filha 'calada' e João 'desconfiado'. Os pais então decidiram conversar com a criança, que revelou tudo que teria acontecido no ínterim em que os pais estiveram fora. Ainda de acordo com a mãe, o acusado teria oferecido R$ 20,00 para que a sobrinha não contasse nada, além de prometer que, caso ninguém ficasse sabendo do que aconteceu, ele não mais regressaria a cidade em outras datas e ficaria enviando presentes à criança. Militares do Policiamento Ostensivo Geral – POG levaram o acusado a 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte onde foi autuado em flagrante por estupro. O Conselho Tutelar acompanhou a garotinha, juntamente com seus pais, para realização do exame de Corpo de Delito. O resultado deve sair em uma semana." C1 Cariri.

Custo a crer que o ser humano possa exercer tamanha crueldade. Não consigo compreender até onde pode ir uma pessoa na busca da satisfação de uma sexualidade criminosa e doentia. Enquanto as mulheres são cerceadas em sua sexualidade, que poderia ser saudável, os homens a exercem ao estremo, realizando sem pudores suas fantasias e fetiches. Pra eles não há limites, nada pode escapar aos seus desejos, nem a própria sobrinha, e não obstante, os próprios filhos.

Não consigo conceber que um animal desse – e nesse caso pouco me importa a idade, continua sendo um sociopata infeliz – possa se safar dessa, ele tem de ir parar atrás das grades e que lhe esqueçam por lá. Um homem que violenta a própria sobrinha não pode conviver com a sociedade, ele representa risco iminente a infância. Pelo menos a mãe dessa garota teve sensibilidade para perceber o crime, caso contrário esse doente permaneceria impune como em muitos casos onde a criança sofre os abusos calada e com medo. 

Infelizmente, casos como esses continuam ocorrendo diariamente. Conformeinforma a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em 60% ou 65% dos casos o agressor, é comumente o padrasto, o pai, o namorado, o amante, o vizinho, o avô. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública sobre 2012, em todo país, foram registrados 50.617 casos de estupro no ano passado, o que equivale a 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes. Em relação a 2011, quando a taxa foi de 22,1 por grupo de 100 mil o houve um aumento de 18,17%. A cada hora aproximadamente 6 mulheres são estupradas em todo país. 

É cansativa a insistência em repetir que os incentivos dados aos agressores, estupradores e homicidas de mulheres vêm da tolerância da sociedade com esses crimes e a impunidade. Mas, não há deixar de bater nessa tecla. Não há como ignorar o fato de que os estupradores e agressores de mulheres e meninas estejam soltos e livres para continuarem agindo e fazendo mais vítimas.

Volto a repetir, e irei repetir sempre, a sociedade é conivente com os agressores quando defende que “a mulher que veste roupas ousadas está pedindo pra ser estuprada”. Pode parecer ridícula essa afirmação, no entanto, pesquisa realizada com jovens, com idade variando entre 18 e 29 anos, revelara uma situação preocupante, 4 entre 10 entrevistados, defendem literalmente o argumento de que mulheres que se vestem de forma insinuante não tem o direito de reclamar caso sofram violência sexual.

Não há como dissociar o machismo, sexismo, patriarcalismo e a impunidade com a violência sexual, os homens sentem-se proprietários da mulher e dos filhos indiscriminadamente, seja de seus corpos ou de sua liberdade. A violência sexual é um mecanismo de opressão, de controle e de poder. É a afirmação do macho alfa sobre a fêmea e dos considerados inferiores, dentre eles, os homens não viris. É o resultado de uma sociopatia generalizada que vitima principalmente nossas meninas. A impunidade é mais uma engrenagem do patriarcado, serve para manter essa forte relação de poder que subjulga a mulher e a inferioriza.

Acho que já passou da hora de darmos um basta nessa situação, não podemos continuar coniventes com esses agressores. Precisamos denunciar esses animais que ainda não conseguem aceitar QUE NÃO PODEM TER QUALQUER CONTATO que tenha QUALQUER CONOTAÇÃO SEXUAL COM CRIANÇAS e que quando a  MULHER DIZ NÃO, ELA ESTA DIZENDO EXATAMENTE NÃO, não é um “não sei”, não é um “talvez”, não é um “pode ser” ou um “sim, mas estou com vergonha de dizer sim”, “NÃO” QUER DIZER EXATAMENTE “NÃO”,  e o desrespeito a esse “NÃO” constitui sim um crime caracterizado como estupro. QUEM FORÇA O SEXO, NÃO É MACHO, NÃO É GARANHÃO, NÃO é GOSTOSÃO, É UM ESTUPRADOR, merece cadeia e no xadrez... sabe como é...  
 Por Ana Eufrázio.

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