sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Jovem sofre dois estupros coletivos no mesmo dia




Mais uma vez a Índia volta a ser noticia por conta de violência sexual e os estupros coletivos.
Deusas Violentadas
Ontem, escrevi sobre os estupros coletivos de uma adolescente por policiais. Os crápulas sempre voltavam a estuprar a mesma garota. Agora me deparo mais um caso tão bárbaro como o descrito ontem.
“Dez homens foram presos sob acusação de terem participação no estupro de uma jovem na noite da última terça-feira, 24. Seis homens foram indiciados com suspeitas de serem os autores de dois estupros coletivos na cidade portuária de Karaikal, na Índia. A vítima foi violentada duas vezes, a primeira após ser raptada quando saía da casa de amigos. Três homens a interceptaram, quando um a estuprou. Na segunda vez, quando tentou voltar para a casa onde estava, foi capturada por um grupo de sete homens. Seis a violentaram. A vítima foi levada para um hospital local. No total, treze suspeitos foram identificados pela Polícia e dez presos. Todos confessaram o crime.” O Povo.
Em abril deste ano, o governo aprovou novas leis que criminalizam várias formas de violência contra as mulheres. No entanto, como podemos observar, os casos de estupro e outras formas de violência sexual continuam habituais em toda a Índia. Os ataques com ácido, a perseguição e o voyeurismo tornaram-se crimes

O estupro e o assassinato da jovem cometidos em Deli no ano passado foram crimes terríveis, e queremos expressar nossas mais sinceras condolências à família. Os responsáveis devem ser castigados, mas a pena de morte nunca é a resposta, declarou. Entretanto, a legislação segue sem considerar crime o estupro no seio do matrimonio se a esposa tem mais de 15 anos, e as forças de segurança continuam gozando de imunidade jurídica efetiva pelos crimes de violência sexual. Para abordar esta questão se precisa de uma reforma jurídica, mas também um compromisso contínuo por parte das autoridades, a fim de garantir que o sistema de justiça ofereça uma resposta efetiva em todos os âmbitos às denuncias de estupro e outras formas de violência sexual. A atenção prestada pelas autoridades a este caso também deve ser estendida aos milhares de casos de violência sexual pendentes na Índia. As autoridades devem tomar medidas, incluindo a nomeação de mais juízes, para garantir julgamentos rápidos e com garantias em todos estes casos. Deve-se adotar medidas coordenadas para mudar as atitudes discriminatórias contras as mulheres e as meninas sujeitas à violência. Estas medidas exigirão um trabalho intenso, mas em longo prazo serão mais efetivas para converter a Índia em um lugar mais seguro para as mulheres.” Tara Rao, diretora da Anistia Internacional Índia em Anistia Internacional Brasil.
Deusa Violentada
Na Índia a cada 20 minutos uma mulher é estuprada. Muitas são vítimas dos chamados estupros de gangue, em que vários homens atacam ao mesmo tempo. Lamentavelmente, a estimava é de que somente 1 em cada 50 casos de estupro seja levado à polícia. E apenas 26% das denúncias resultam em condenação, algo por volta de 0,5% do total de agressões.
 
Nos casos em que a vítima opta pela denúncia, na maioria das vezes, a polícia culpa a própria mulher pela violência. Essa prática desestimula as denúncias e expõe a mulher a mais violência, pois às vítimas de estupro se tornam párias, são evitadas na sociedade e não conseguem casar. Qualquer semelhança com o que ocorre no Brasil não é mera coincidência. 

Na tentativa de mudar essa estatística o Comitê de Justiça Verma formulou recomendações tais como a reforma e a formação da polícia e as mudanças no modo como são registrados e investigados os crimes de violência sexual. No entanto, as autoridades ainda não colocaram em práticas a nova política e a maioria dos crimes cometidos contra mulheres permanece sem ser denunciada.




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